sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Movimento pela Paz: Nossas reações como reflexos condicionados

 
Chega o fim do ano e, como acontece há 13 anos, no dia 19 de dezembro, na Praça do Campo Grande,  Divaldo Franco coordenou mais um evento de encerramento da campanha anual que realiza em diversos bairros de Salvador, e também em algumas cidades do Brasil e do interior da Bahia, denominada Movimento pela Paz .

É um trabalho de construção de uma cultura de Paz;  um momento em que se reflete sobre o significado da Paz para a sociedade moderna, na qual os índices de violência chegaram a tal ponto que vivemos encarcerados em nossas casas, com portas e janelas de grades de ferro trancadas a cadeado e circuito internos de TV gravando tudo as 24h do dia.

Se vivemos em prédios de apartamentos, estabelecemos tantas “regras de segurança” que chegamos ao cúmulo de não permitir nem que o mensageiro da farmácia adentre as áreas internas do condomínio para entregar os medicamentos comprados por telefone.

Não nos relacionamos com os vizinhos. Quando muito balbuciamos somente um seco “Bom dia” nos elevadores e depois baixamos a cabeça porque não temos nada para conversar com quem, objetivamente, não conhecemos, ou seja, é nosso vizinho, mora ao nosso lado, mas não o conhecemos, não sabemos quem é.

Se saímos de carro, são portas travadas, vidros fechados, ar condicionado ligado e nem olhamos para o lado. Se algum motorista comete qualquer deslize ao volante já é motivo do outro abrir o vidro do seu veículo e proferir palavras de ofensa ao outro.

Até que, no trânsito, não muito “barbeira”, mas se eventualmente acontece um deslize; para estes casos procedo com calma. Quando sou xingada, abro o meu vidro, olho nos olhos do outro motorista ,candidamente esboço um sorriso e digo: “Tudo bem? E a família, como está? Mande lembranças”. Na maioria das vezes eles olham para mim e ficam na dúvida, se eu os conheço ou se sou louca mesmo.

Mas a coisa complica é quando saímos a pé para ir à academia fazer ginástica, à padaria da esquina ou ao mercadinho do bairro. Aí, qualquer transeunte é um “assaltante em potencial”. Simplesmente não olhamos para ninguém, não cumprimentamos ninguém e entramos em pânico a qualquer movimento em nossa direção. Por este motivo, desenvolvemos comportamentos e reações  de medo, tão automáticos  e incontroláveis que beira  o ridículo.

Às vezes eu me questiono de que vale tanta leitura, tanto curso, tanta participação em seminários, palestras, terapias, etc se cada vez mais nos tornamos inseguros.

Não que eu faça apologia à falta de cuidado consigo mesmo e com a família. Mas eu me pergunto se algumas de nossas atitudes não estão muito mais incentivando a violência e a agressão e deixamos de ter atitudes que realmente promovam a paz.

Eu poderia relatar aqui “N” casos acontecidos comigo por conta da minha militância no movimento espírita e das minhas “ex” (bancária) e atual profissão (assistente social), já que ambas, são atividades de risco.

Porém, quero refletir somente no fato de ontem: Nesta época do ano, é período do encerramento das atividades do Movimento pela Paz, do natal e das festas do ano novo e ficamos todos – ou quase todos - envolvidos numa atmosfera e numa psicosfera de solidariedade que nos deixa como que de “espírito mais desarmado”.

E foi assim que ontem, 30 de dezembro, por volta das 16h00 saí a pé do prédio onde resido para ir ao salão de beleza. É perto, mas tem que atravessar a rua e andar uns 200 metros. Pus um pouco de dinheiro, um cartão de crédito, o “inseparável” celular numa bolsinha e lá vou eu. Não andei 50 metros e fui abordada por um homem negro de mais ou menos 50 anos, que me perguntou: “Senhora, sabe se aqui nesta rua tem algum prédio que precise de um funcionário? Pego qualquer serviço”.

No momento da sua abordagem, enquanto o homem falava, automaticamente, recuei um passo, segurei a bolsa e devo ter feito alguma expressão no rosto que o levou a me dizer: “Não se assuste. Não vou assaltá-la. Eu estou procurando trabalho”. E começou a chorar.

Disse-me que viera do interior – de Itabuna – procurar trabalho, porque lá não consegue uma colocação no mercado. Que estava morando de favor na casa de uma senhora no Bairro do Cabula, mas que não poderia ficar muito tempo porque a senhora é pobre e não tem como acolher mais uma pessoa em sua casa e que, naquele momento estava com fome, porque saíra pela manhã para procurar trabalho e não conseguira. Que fora à Rede de supermercado G. Barbosa, mas que precisou de um documento que custava R$ 6,50 para pagar a taxa e que não dispondo dessa quantia perdera a oportunidade.

Diante desse quadro e com a sensibilidade que a minha idade e experiência de vida já me possibilitou acumular, pude avaliar que se tratava de uma pessoa de bem, apenas desesperada. Mas, como a regra geral de comportamento social, nestas situações, nos ensina a ser prudentes, não abri a bolsa, preferi levá-lo na padaria, providenciei um lanche e a quantia que ele disse precisar para pagar a taxa do documento e mais o dinheiro do transporte, despedi-me e fui embora.

Como recomendava Santo Agostinho, tenho por hábito todas as noites, antes de dormir, fazer uma revisão do dia que se passou. Avaliar as minhas atitudes, ver o que não foi realizado conforme os ensinamentos de Jesus e fazer as mudanças de rumo necessárias.

No caso que ora trato, constatei que fui preconceituosa e agi conforme o senso comum: "se a pessoa é negra, a probabilidade de ser assaltante é maior" e fui quase indiferente ao seu problema: procurei resolver a necessidade mais imediata, sem me aprofundar na questão central.

Hoje, pela manhã, fui à Federação Espírita Baiana (FEEB) participar de um momento de meditação pela paz com base no livro Reflexões sobre a Paz, ditado por Roberto Assagioli (espírito) psicografado por Ruth Brasil Mesquita (psicóloga e militante do movimento espírita baiano) e, mais uma vez, o caso do homem de ontem me veio à memória e fiz uma nova avaliação do meu comportamento: em que medida eu agi corretamente ou não.

Daí porque retornando ao meu blog depois de muito tempo quero abrir com as pessoas que me seguem e com os amigos uma discussão para o ano de 2011:

"O que significa a palavra Paz para nós?"

“Por que falamos tanto em Paz e não somos capazes de praticar a não-violência sob toda e qualquer forma?”

De que forma podemos nos afastar dos condicionamentos que a sociedade nos impõe e nos transformamos em potência e em construtores da Paz?

Feliz 2011

Angélica


domingo, 12 de dezembro de 2010

Estou voltando...

Diminuindo  o ritmo frenético de trabalho deste ano e já pensando nas famosas "resoluções de fim de ano" estou me (com)prometendo a retornar ao meu blog em 2011.

Angelica

sábado, 10 de julho de 2010

Uma promessa de retorno

Tem uns bons meses que não escrevo nada neste blog.

Andei viajando e quando voltei tem muita coisa para atualizar, muitos afazeres a por em dia.

No periodo da viagem, apesar do corre-corre para um lado e para o outro conhecendo alguns países do "Velho Mundo", ainda consegui  ler o livro O pensamento de Che Guevara escrito por Michael Lowi e iniciei a leitura de Os mortos permancem jovens   - autora Anna Seghers. Este acho que vai demorar um pouco, pois além de ter 635 páginas de uma letrinha miuda que se fosse no tamanho normal daria bem o dobro, já iniciei a leitura de O 18 Brumario de Napoleão Bonaparte, escrito por Karl Marx, que faz parte da bibliografia do nosso grupo de estudos na UFBA e tem mais uma pilhazinha de livros tecnicos ali do lado  olhando para mim (rsrsrsr), mas reafirmo o meu propósito de continuar pesquisando sobre os temas da vida e da morte, se não no mesmo ritmo de antes, pelo menos sem abandonar o projeto.

domingo, 9 de maio de 2010

Salvador: O trânsito, a Parada Disney e as multas de trânsito

A cidade do Salvador está se tornando intransitável na maior parte do dia e em qualquer dia da semana.

Devido ao grande número de veículos circulando na cidade, qualquer percurso tem demorado mais que o dobro de tempo que há pouco mais de ano se fazia para percorrê-lo. Não se encontram locais para estacionar e a Prefeitura lucra com a industria das multas de trânsito.

Semana passada, no dia 02 de maio aconteceu a "Parada da Disney" na região da orla marítima denominada Jardim de Alah. Eu tinha um compromisso no Centro de Convenções que fica na Praia de Armação, o Workshop anual de Divaldo Franco que se iniciaria às 9:00h. 

Temendo o trânsito, saí de casa às 7:00h e não fui pela orla marítima, preferi fazer um percurso maior passando pela Av. ACM e pelo Bairro Costa Azul. Estava bastante pesado o trânsito nestes locais, mas consegui chegar 15 minutos antes do inicio das atividades.

O que aconteceu ao meio-dia foi, no minimo, chocante: Foi dado o intervalo para almoço, das 12;30 às 14:00h. Quando chegamos no pavimento térreo do Centro de Convenções fomos surpreendidos com o fechamento do restaurante Prazeres da Carne pela Vigilância Sanitária devido ao fato de que, na quinzena anterior, houve um evento da ONU no Centro de Convenções e 80 (oitenta) pessoas foram parar no Pronto Socorro por ter ingerido alimentos deteriorados deste restaurante. 

O jeito foi sair para ir aos restaurantes da orla ou do Shopping Aeroclube. Porém era impossível sair de carro: Muitas pessoas que foram assistir à Parada da Disney, foram chegando com seus carros na pista de acesso ao Centro de Convenções e foram deixando os veículos da forma que deu: nas  calçadas, nas pistas, frente com frente, fundo com fundo, frente com lateral, fundo com lateral... e aí o trânsito no local simplesmente travou. Até andar entre os carros era difícil, pois não havia espaço entre eles e o pior era que não havia ninguém para organizar a bagunça e o que se via eram motoristas nervosos, buzinando alucinadamente, crianças chorando dentro dos veículos com fome e sem água para beber. As mães abrindo sobrinhas dentro dos carros tentando proteger os seus filhos do sol forte e do calor.

Para conseguir almoçar, andei entre os carros , sob o sol forte por, mais ou menos, 45 minutos. Almocei e voltei andando mais 45 minutos nas mesmas condições.

No final da tarde quando o evento terminou, os transtornos havia diminuido bastante, mas o trânsito continuava intenso. Desta vez retornei pela orla e demorei bastante para chegar em casa. Pelo caminho,ouvindo numa estação de rádio o Secretario Estadual de Turismo que dava uma entrevista, na qual informava que o público que acorreu à orla para assistir à Parda da Disney foi maior que o público do carnaval e que por isto houveram tantos transtornos.

Dois dias depois, - terça-feira, dia 04 de maio- Fui ao Centro da Cidade, novamente o caos. Em toda a extensão da Avenida Sete de Setembro, do trecho do Campo Grande até a Ladeira de São Bento, retornando pela Av Carlos Gomes e no Largo Dois de Julho não encontrei uma única vaga para estacionar. Já no retorno do Largo Dois de Julho para a saída novamente na Av. Carlos Gomes, encontrei um espaço junto de um restaurante, estacionei ali por 10 minutos enquanto ia numa farmácia, fui multada e perdi 04 pontos na Carteira de Motorista.
Ao receber em casa 02 dias depois a notificação, retornei ao local e vi que a alegação do motivo da multa (obstrução do trânsito) não procedia pois na posição em que deixei o carro e pelo tempo, que foi pouco, não tinha condição de causar transtornos.

Com isto chega-se à conclusão: Onde a TranSalvador deveria agir (na área do Centro de Convenções no domingo) não age, mas durante a semana espalha seus agentes para aplicar multas no centro da cidade onde os motoristas tem necessidades de estacionar para resolver problemas urgentes e não se preocupa de fazer um estudo sério da área e organizar o trânsito.

E antes que alguém me sugira recorrer, informo que é o que estou fazendo. Se vai surtir o efeito desejado aí já é outra questão.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ortotanásia

Do grego orthos, correto, e thanatus, morte.

Entre os temas do meu interesse está a morte.

Não propriamente a Morte em si, mas o processo do morrer, de como este fenômeno tão normal e, tão certo em nossa trajetória no Planeta Terra, se dá. Quais são as suas variáveis e como nós nos relacionamos com um evento que, mais dia menos dia, acontecerá em nossas vidas.

Em criança, aos 08 anos de idade, presenciei a morte do meu avô Ernesto e até hoje, passados 52 anos, tenho a melhor lembrança desse fato.

Nunca tive medo da morte e achava estranho o pavor apresentado pelas pessoas à simples menção dessa palavra. Isto provocou uma curiosidade em mim que me levou, na idade madura, a buscar conhecer melhor o assunto para entender porquê as pessoas reagem tão mal ao fenômeno da morte. Quais são as suas motivações internas e externas para negar um fato que nos alcançará a todos.

Meu avô materno Ernesto, daí o nome da minha mãe: Ernestina. Porque era costume antigamente uma das filhas ter o nome do pai passando-se o substantivo para o feminino, era uma pessoa iluminada. Culto, calmo, bem humorado, afável, bom pai, bom avô, bom amigo, e de uma bondade infinita para com todas as pessoas. Nunca dizia a palavra NÃO a ninguém, sempre dava um jeito de ajudar as pessoas, fossem da família ou não, da vizinhança ou até da cidade – já que Itambé era uma cidadezinha do interior bem pequena em meados do século XX – quando nasci -, como é até hoje.

Pois bem, o “velho” Ernesto viveu até os 98 anos e tinha uma saúde invejável. Jamais havia se consultado com um médico ou tomado qualquer medicamento. Tinha um grupo seleto de amigos, entre os quais o Dr. Auterives Maciel – um dos dois únicos médicos da cidade.

Este grupo de amigos se encontravam diariamente na “Venda” (uma espécie de Armazém menor), localizado num dos boxes do Mercado Municipal de Itambé, de propriedade de um deles – o Sr. Gracelino. O objetivo dessa reunião diária, sempre às 11:00h na Venda do Sr. Gracelino era para bater papo e tomar cachaça num copinho pequeno que ainda hoje existe e que marca exatamente um “gole” – uma “dose”; diziam eles que era “para abrir o apetite” e no final dessa reunião, por volta das 11;45h iam cada um para a sua casa. Almoçava e se deitava para a “sesta” que eles chamavam de “tirar um cochilo” – coisa de no máximo, 01 hora. Até hoje eu cultivo esse hábito aprendido do meu avô e todos os dias depois do almoço eu “tiro o meu cochilo” e se não fizer isto, passo a tarde indisposta e mal-humorada.

As pessoas daquela época gozavam de muito boa saúde. Creio que era devido à qualidade de vida: Dormia-se cedo e acordava-se com o cantar do galo para ir ao curral ordenhar as vacas – muitas e muitas vezes tomei canecas de leite quentinho, ali mesmo no curral, sem fervura, acabado de ser extraído das tetas das vacas – a alimentação era constituída de frutas, verduras e legumes produzidas ali mesmo. Uma parte ficava para a família e o excedente era vendido na feira: uns compravam dos outros o que não produzira; consumia-se pouca carne – dos animais criados ali mesmo no pasto.

Como automóvel, leia-se Jeep Willys, era coisa que pouca gente possuía e não havia transporte coletivo, caminhava-se muito, o que contribuía sobremaneira para a realização de exercícios aeróbicos – imagine percorrer diariamente 04, 05 léguas (cada légua tem 06 km) para ir à roça pela manhã e outras 04 ou 05 à tarde para voltar à cidade, respirando ar puro. E ainda trabalhar o dia inteiro! É uma grande contribuição à saúde.

Essas léguas eram percorridas em estrada de terra, num estreito caminho entre as cercas que marcavam os limites das fazendas, cuja largura permitia apenas o trânsito de um carro de boi ou de um Jeep – se viesse outro em sentido contrário, tinha-se que ambos diminuir a marcha e manobrar para bem perto da cerca a fim de um permitir a passagem do outro sem provocar um arranhão no veículo contrário.


Àquela época nós morávamos numa casa construída numa porção de terra que ficava numa das margens do Rio Verruga, hoje denominada Sitio São Jorge; no lado oposto já era a cidade. Separando esta porção de terra da cidade havia uma ponte de madeira, algumas vezes as tábuas da ponte se quebravam quando os Jeeps a atravessavam carregando muito peso, proveniente das colheitas nas roças ou da carne dos animais abatidos e ficava dias e dias sem serem repostas, sendo muito perigoso atravessar a pé a ponte e ocorrer um acidente.

Este fato jamais impediu o meu avô de ir diariamente à cidade, ao mercado e à Venda do Sr. Gracelino: se faltava uma tábua de madeira da ponte e era difícil atravessá-la em pé, ele se ajoelhava e vencia o obstáculo engatinhando.

Em épocas de aulas eu ia para a Escola pela manhã e às 11:30h quando terminavam as aulas eu passava pelo mercado, me encontrava na Venda com o meu avô e voltávamos para casa lá pelas 11:45h. Ele me esperava todos os dias.

Um dia, ele não se levantou cedo, não foi ordenhar as vacas e nem veio tomar o café da manhã. Eu já me encontrava arrumada para ir à escola. Fui no seu quarto e perguntei: “Vovô você não vem tomar café hoje?” Ele disse-me: “Não, minha neta. Hoje estou cansado”. Fui na cozinha e relatei este diálogo para a minha mãe. Ela disse-me, “Vá para a escola, que eu vou ver o meu pai. Não se preocupe”.

Fui para a escola e, como toda criança de 08 anos, me envolvi com as aulas, com as brincadeiras do recreio e não pensei mais no assunto. Às 11:30, saí do Prédio Escolar (não tinha o nome de Colégio, isto era coisa chique da cidade vizinha Vitória da Conquista que tinha o Colégio Normal Diocesano) e fui ao mercado. Ao chegar na Venda do Sr. Gracelino, os amigos do meu avô me perguntaram: “Menina, por quê Ernesto não veio hoje?” Fiquei confusa, pois era a primeira vez que o meu vovô não me esperava, informei que não sabia o motivo, mas que pela manhã ele havia dito que se encontrava cansado e não tinha se levantado. Fui para casa.

Ao chegar, fui direto ao quarto do vovô, ele estava deitado quieto. Acerquei-me da cama e falei; “Vovô, porque você não foi me esperar na Venda do Sr. Gracelino? Seus amigos perguntaram por você e eu não soube dizer porque você não foi hoje lá.” Ele me disse: “Vá se trocar para almoçar. E eu perguntei: “Você não vem?”Ele respondeu: “Não. Estou cansado“.

Fui para o meu quarto, me troquei e ao chegar na sala para almoçar, comentei com a minha mãe sobre essa “novidade” do vovô. Ela me disse que ele estava idoso, que havia trabalhado muito a vida inteira e que era natural que quisesse ficar um pouco mais na cama para descansar. Mais tarde ela levaria o almoço dele.

Almocei, mas sempre preocupada como o vovô, fui para o seu quarto e me deitei juntinho dele para fazer a sesta ali; ele me pediu que tivesse cuidado com os pés para não chutá-lo. Acomodei-me, meio encolhida nos pés da cama e vi quando, mais ou menos, meia hora depois minha mãe chegou com um prato na mão, colocou em cima de um banquinho e tentava recostar o vovô com travesseiros, mas ele era muito alto e pesado e minha mãe encontrava dificuldade de efetuar sozinha a manobra sem machucá-lo. Ele não reclamava de dores. Só dizia: “Me deixe descansar, minha filha” e ela redargüia “Meu pai, o senhor precisa se alimentar um pouco. Não comeu nada hoje” e ele respondia: “Me deixe, menina. Estou cansado”. Esse diálogo durou bem uns 10 minutos, minha mãe tentava convencê-lo a se alimentar e ele obstinadamente dizia que não queria, que estava cansado.

De repente vovô parou de falar e o seu corpo ficou desgovernado; não coordenava mais os seus movimentos. Minha mãe gritou para mim; “Corra. Vá à casa do Dr. Auterives e peça-lhe para vir ver o meu pai”.

Saí correndo, pelo caminho de terra, atravessei aponte de madeira sobre o Rio Verruga, continuei pela lateral do mercado, atravessei a Praça da Bandeira, cheguei na casa do médico e comecei a chamá-lo aos berros, ele estava fazendo a sesta, acordou aborrecido, chegou na janela do sobrado e perguntou que gritaria era aquela. Quando eu contei sobre o vovô, ele desceu vestindo a camisa entrou no Jeep, ordenou que eu entrasse também e rumou para a nossa casa.

Quando chegamos, ele entrou no quarto, minha mãe estava sentada na cama com a cabeça do vovô no colo e eu fui providenciar a toalha e a bacia com água para o médico lavar as mãos após a consulta, como era costume naquela época, pois não havia nem água encanada , quanto mais banheiro, pia, etc. Ao voltar ao quarto, ainda tive tempo de ouvi-lo dizer à minha mãe: “Mas Ernesto não foi tomar a pinga conosco hoje e agora morreu antes que eu chegasse. Nem esperou para dizer adeus. Mas não se preocupe, Ernestina, ele não sofreu; não teve doença nenhuma. Morreu de velhice mesmo”. Fiquei ali, parada, com a bacia e a toalha nas mãos. Minha mãe chorava baixinho, e o vovô parecia que estava dormindo.

O médico pegou a bacia e o sabonete. Lavou as mãos. Enxugou. Pegou a maleta e disse: “Venha comigo no Jeep”. Obedeci sem saber porquê. Já na sua casa, ele chamou a esposa – D. Sibéria – deu a notícia e entrou no consultório. Ela veio até onde eu estava, me pegou pela mão, me pôs sentada numa cadeira e chamou “Mulata” – a empregada – pediu um copo de água com açúcar, me fez beber e disse-me: “Não fique triste. O vovô foi para o céu. Você vai sentir saudade por uns dias. Depois se acostuma e passa. Sua mãe vai sofrer mais um pouco. Cuide dela.”

Nesse instante amadureci muitos anos, pois ainda uma criança de 08 anos, vi morrer o meu avô a figura masculina que era o meu referencial, já que o meu pai não vivia conosco, e tomei consciência de que agora éramos só nós duas, a minha mãe e eu, e que eu tinha de cuidar dela que estava fragilizada. Não chorava, mas sentia uma tristeza imensa por pensar nunca mais veria o vovô, ao mesmo tempo ficava conformada por saber que ele ia pra o céu e que ficaria bem, mas também começava a pensar como fazer para ajudar a minha mãe nesse momento de tristeza.

O Dr. Auterives me deu um papel e disse que entregasse a minha mãe, que era para o sepultamento do vovô. Era o atestado de óbito. Saí e quando cheguei em casa já havia muitas pessoas, parentes, amigos, vizinhos. O vovô já tinha sido banhado e barbeado e puseram a melhor roupa que ele tinha. Estava na sala de visitas sobre a sua cama para o velório. O caixão estava sendo confeccionado e chegaria mais tarde – naquela época não havia funerária na cidade e quem confeccionou o caixão foi o tio José (um dos filhos), que era marceneiro.

Entreguei o Atestado de Óbito à minha mãe, dei o recado do Doutor Auterives e de D. Sibéria que haviam mandado dizer que viriam mais tarde para o velório. A partir daí me sentei na sala e, mais tarde, no terreiro, onde à noite foi acesa uma fogueira e passei a prestar atenção nas conversas dos adultos.

Todos chegavam na sala, iam perto da cama, olhavam para o vovô faziam o sinal da cruz, oravam um pouco e depois iam se juntar aos demais, numa conversação que, se não era alegre, também não era triste. Os assuntos giravam sempre em torno da figura do vovô e da sua bondade, da sua afabilidade, do seu bom humor, das suas piadas e riam repetindo a forma como ele as contava. Muito tarde da noite – não me lembro a hora – dormi - e acordei pela manhã, com a minha mãe me chamando para tomar café. Disse-me que eu não ia para a escola naquele dia. Dei-me conta novamente da morte do vovô.

Por volta das 11:00 hs, havia muitas pessoas na casa e no terreiro. Chegou “Quelé” o fotógrafo da cidade para fazer a última foto do vovô. Foi feita uma foto dele sozinho no caixão e outra com os familiares – minha mãe, minhas tias Hosana e Teodolina e os meus tios José e João. Os primos e as primas. Eu não quis ir. Um dia destes – coisa de uns dois anos atrás, mexendo num baú de coisas da minha mãe, vi lá a foto do vovô com toda a família, menos eu.

Na hora em que foram levar o caixão para o cemitério, minha mãe não me deixou ir e eu fiquei sem entender porquê. Mas uma coisa me marcou; eram 11:30h – a hora em que eu saía da escola e ia encontrá-lo na Venda do Sr. Gracelino para ir para casa almoçar e, alegremente, contava-lhe como fora o meu dia; as conversas com as colegas de sala de aula, as amigas, os recados da professora... Então eu pensei como vai ser agora? A quem vou contar as novidades?

Alguns dias se passaram e eu voltei à escola. A rotina estava diferente. Não tinha mais o vovô para me esperar na Venda do Sr Gracelino e me ajudar a atravessar a ponte.

Um dia, não agüentei a saudade e fui ao cemitério para ver ode estava enterrado o meu avô. Lá, no seu túmulo simples, sem lápide, só uma cruz com o seu nome pintado de preto, uma estrela pintada antes da data do nascimento e uma cruz antes da data da morte. Sentei-me e contei-lhe dos meus dias sem a sua presença, da falta que me fazia e da alegria de saber que ele era um homem muito bom, como todos os amigos falaram no velório e que estava no céu com Jesus, como dissera a D. Sibéria. E que, lá na casa de Deus os anjos tocavam flauta doce para ele não sentir saudade de nós e não ficar triste, como a gente estava aqui.

Fui para casa. Não contei a minha mãe o que fizera para ela não chorar, mas escrevi num caderno e agora, muitos anos depois, transcrevo aqui.

Ao que lembre, a tristeza passou até um pouco rápido, ficou a saudade, que perdura até hoje e uma lembrança carinhosa de uma pessoa que marcou profundamente a minha vida. Que me ensinou a viver olhando a vida com os olhos da bondade, do amor ao próximo e a ver a morte como um fenômeno natural.

Foi através do exemplo de vida do meu vovô querido que nunca me assustei com a possibilidade de morrer e sempre considerei a vida, com todas as dificuldades que passei e que, ainda passo, um presente de Deus.

É por causa dele que amo tanto os idosos e me dou tão bem com eles.

Foi presenciando a forma abençoada como o vovô desencarnou que passei a estudar a morte para melhor compreendê-la e ajudar as pessoas a não temê-la. Nas minhas experiências ao longo da vida, tive já oportunidade de conversar com muitas pessoas em estado terminal, umas aceitando a doença ou o acidente e a aproximação da hora do desencarne com serenidade, outras assustadas, intranqüilas, preocupadas com que lhes acontecerá em face dos dogmas religiosos apreendidos na educação que recebera em relação ao transcendental.

Há bem pouco tempo, vi, algumas vezes, em hospitais super equipados de aparelhos que objetivam prolongar a vida de pessoas portadoras de doenças que a medicina não cura mais por já estarem esgotados todos os seus recursos, o sofrimento do doente, a angústia dos familiares e o dilema dos médicos para abrir, ou não, mão dos recursos e deixar aquele ser simplesmente ir, descansar, parar de sofrer...


Li na Revista Veja do dia 28 de abril de 2010 a matéria intitulada “Ajuda para Morrer – A Ética na Vida e na Morte” onde se referindo ao novo Código de Ética que entrou em vigor em 2009, discute-se a redação dos seus Artigo 41 (e seu parágrafo único) e Artigo 42 e como “os médicos, pacientes e seus familiares enfrentam os excruciantes dilemas levantados pela possibilidade médica de prolongar ou abreviar a agonia de pacientes terminais” (copiado da Revista).
O ato do médico que, atendendo ao rogo do paciente e/ou de sua família, em vista da inutilidade dos tratamentos agressivos aplicados às vitimas de doenças irrecuperáveis e irreversíveis, modernamente denominado de “Ortotanásia”, não encontra, no Brasil, amparo legal, mas dificilmente um médico será punido criminalmente por este ato, nas condições citadas.

Foi após esta leitura que me lembrei da forma como morreu o meu avô; da minha mãe, que, atualmente conta 96 anos, completados em outubro de 2009, e está em gozo de excelente saúde. Fiquei pensando nestas outras pessoas, referidas na matéria, em algumas outras que conheço portadoras de doenças que talvez, um dia, cheguem a essa situação.

Ao longo de muitos anos de estudos e de aproximação com pesquisadores, como a Dra. Roseli Trigo – cuja tese de doutorado versou sobre Tanatologia; os conhecimentos que acumulei através de leituras, cursos, seminários, ainda não me permitem discernir se é melhor insistir nos cuidados paliativos ou se há validade no procedimento da Ortotanásia, se nós, seres humanos, temos mesmo esse direito de desistir da vida seja sob que condições forem.

Sinto que esta pesquisa solitária que faço não é a ideal, por não ter com quem discutir, analisar, ouvir criticas, colher impressões, conhecer outros pontos de vista. Às vezes até fico constrangida e levo na brincadeira quando meus amigos estranham esse interesse que tenho pelo tema da morte, de visitar cemitérios, de buscar literatura sobre o assunto. É difícil as pessoas entenderem um interesse desses

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Meu medo é esse. Qual é o seu?

Gosto de observar o cotidiano, as pessoas, os fatos e os atos. Isto constitui um excelente exercício de aprendizado.

Nesta quinta-feira, cheguei na academia onde faço hidroginástica e me deparei com o funcionário da manutenção da piscina com duas folhas de papel. Uma colada no peito e outra nas costas. Na do peito lia-se “Meu medo é esse”, na folha das costas: “Qual é o seu?”.

Como na folha colada no peito continha uma afirmativa e não indicava o seu objeto, fiquei curiosa e perguntei ao rapaz:

- E aí, qual é o seu medo? Não está escrito aí na folha.

- Ah! Senhora é porque os medos são tantos que não cabem na folha...

-Sim, mas quando você afirma: “é esse”, refere-se a um só. Qual é?

E em bom baianês ele disse:

- Oxente, é o da morte!

- Por quê da Morte?

- Porque se ela vem, os outros medos todos perdem a razão de ser. A gente já morreu mesmo, não tem porque ter mais medo. (virando as costas para mim, perguntou) E a senhora, “qual é o seu?

E eu respondi:

- Os outros medos todos.

- Por quê?

- Porque todos eles vêm antes da Morte. E como a Morte como fim de tudo não existe, os outros medos permanecerão se a gente não os trabalhar antes de pensar que morreu.

- Por isto mesmo que já estou fazendo as pessoas perceberem a inutilidade de ter medo. A não ser o medo que as faz cuidar das suas vidas. Este medo é importante porque evita a violência, a arrogância, a indiferença, o orgulho, a maledicência e muitas outras coisas negativas.

Após esta última frase do zelador, fui para a piscina, fiz a ginástica e não parei de pensar no quanto ele tinha razão: se todos fôssemos, ou, pelo menos, procurássemos ser pacíficos, simples, solidários e puséssemos em prática a máxima “Faça aos outros o que gostaria que ou outros fizessem a você”, viveríamos todos em paz e não precisaríamos viver com medo, de tudo e de todos.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Outono baiano

Pois é, no dia 20 de março começou o outono, mas o calorzão abafado continua na Bahia. Tempo meio carregado de nuvens, mas chuva que é bom... nada! Ontem ensaiou um pouco de chuva e teve até um arco-íris, que eu fotografei, mas ficou muito claro, talvez não dê para postar aqui, vou tentar outro dia com mais calma. Hoje só estou registrando para não esquecer.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Verão baiano

Devido às múltiplas atividades não tenho tido tempo de vir ao blog para falar sobre o Verão Baiano como prometido.

E não estou com "peso na consciência" por causa disto.

E o motivo é muito simples: Não há nenhuma novidade além do calor de mais de 30 graus que tem feito neste final de verão. E chuva mesmo só aconteceu na última quinta-feira, dia 18/03, por volta das 9h00min da manhã.

Acho até que o outono que se inciará hoje ou amanhã, não será outono como a gente está acostumada a ter, mas um verão prolongado na Bahia.

Ontem, 19 de março, dia de São José, no qual há a tradição de semear milho e amendoim para colher no São João, costuma chover e as pessoas interpretam este fato como prenúncio de boa safra, não choveu. Aguardemos o mês de junho para ver se teremos milho verde e amendoim no São João e São Pedro

domingo, 7 de março de 2010

Luiz Caldas - O criador do Axé Music

07/03/2010 É um dia que ficará na história do grandes shows do Teatro Castro Alves - TCA.

Luiz Caldas, ao lado de Armandinho Macedo, é, na minha opinião, um dos melhores músicos e instrumentistas da Bahia que surgiu na época do inicio da afirmação do Trio Elétrico como a marca oficial do carnaval da Bahia, fez um show como quase nunca se vê. Muito bem produzido, muito bem conduzido; Perfeito.

A platéia do TCA estava lotada e delirou, cantou e dançou com o criador do Axé Music que, mostrando a sua versatilidade, iniciou tocando piano, passou por classicos, pelo rock, pelo sertanejo, pela música de fazenda e terminou um show de mais ou menos 02 horas tocando e cantando Axé Music.

Conheci o Luiz em Vitória da Conquista, na década de 70. Eu morava em Itambé, cidade vizinha e o Luiz trabalhava no comércio de Vit/Conquista durante o dia e semana e à noite e nos fins de semana participava do "Conjunto Musical" do Sr.João Faustino, que, de vez em quando ia tocar no Clube Social de Itambé e também nas festas que aconteciam durante a famosa Feira Agro-pecuária de Vit/Conquista.

Eu admirava e admiro a sua voz forte e bonita, de timbre grave, que cantava imitando Belchior (Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior...), Luiz Gonzaga (Eu fiz amor no igarapé...), Zé Rodrix (Eu quero uma casa no campo onde eu possa compor muitos rocks rurais...) e muitos outros cantores, até vir para Salvador, começar a tocar no Trio Elétrico Tapajós, do Sr. Orlando e lançar a música Fricote. Pronto estava criado o Axé Music.

Luiz é autor e cantor de músicas alegres e de letras bonitas como Canção de amor, É tão bom, Sonho bom, Haja amor, Ó bondade, Magia e tantas outras. Vale a pena um acesso ao site oficial do cantor e deixar lá um recado para esse que é dos grandes ícones da música e do carnaval da Bahia e que tem a vida como tema dos seu trabalho.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Respeite o idoso (?)

Estão circulando, nesta cidade do Salvador, Estado da Bahia, alguns ônibus que trazem na faixa luminosa que anuncia o roteiro, a frase: "RESPEITE O IDOSO".

Mas são as mesmas empresas de transporte público que publicam esta frase nos letreiros e seus funcionários que "DESrespeitam o idoso".

Anteontem, 02.03.2010, por volta das 14h50min eu ia à Avenida Sete de Setembro, ao Trecho do Relógio de São Pedro. Como o trânsito no centro da cidade está cada dia pior e não se encontra uma vaga para estacionar um carro, seja em garagens e estacionamentos pagos ou na Zona Azul, optei por ir de ônibus.

Tomei o ônibus "SELETIVO" de nº 3365 da Empresa Rio Vermelho, no ponto que fica em frente ao Museu de Arte da Bahia, no Corredor da Vitória.

Confesso que, embora nunca tenha tido qualquer problema com a minha idade - assunto que mulher não gosta muito de falar - como "sessentei" recentemente, ainda não incorporei o hábito de reivindicar certos direitos inerentes à pessoa idosa, principalmente aqueles garantidos no Estatuto do Idoso, entre eles a gratuidade de passagem em transportes coletivos urbanos.

E é de acordo com esses hábitos já arraigados por anos e anos de comportamento, que quando tenho que usar o transporte público, antes de sair de casa, para não dar colher de chá a ladrão, já ponho em cada bolso o valor da passagem de ida e de volta. Assim não tenho que abrir bolsa dentro dos ônibus e se algum larápio por a mão no meu bolso, só vai conseguir levar o valor de uma passagem, já que a passagem, a de ida, eu entrego ao cobrador logo que entro no veículo.

Desta forma, desde que completei sessenta anos em janeiro, até hoje ainda não fui de graça a lugar nenhum, pois quando me lembro que já sou uma pessoa idosa e tenho direito à gratuidade da passagem, já paguei a tarifa do ônibus.

E foi o que aconteceu na terça-feira, 02 de março: Entrei no ônibus, já com o dinheiro na mão, paguei a passagem e me sentei.

Como me sentei na poltrona da frente perto do motorista, num determinado momento perguntei-lhe:

- "A empresa de ônibus considera a idade de 60 ou de 65 anos para conceder a gratuidade ao idoso?"

O motorista respondeu:

- "Aqui, a pessoa pode ter 90 anos que não tem passagem de graça. Eu nem paro o carro se um "velho" der sinal. A Empresa não vai dar colher de chá para "velho" viajar de graça em ar condicionado. Este ônibus é Seletivo, só entra que pode pagar.E os colegas dos ônibus comuns só param se fôr em horário de pouco movimento e se o veículo for mais antigo. Em carro novo e na hora do rush, não tem condição de encher os ônibus de "velhos" e deixar de faturar com passageiros que pagam as suas passagens."

Então eu disse a este motorista.

- "O senhor está medindo a extensão da quantidade de besteiras que está falando? Primeiro, que o senhor vai ficar "velho" um dia. "Idoso" mesmo, acho que o senhor não ficará, porque uma pessoa que pensa, fala e age como o senhor não merecerá nunca o carinho e a consideração que uma PESSOA IDOSA merece da sociedade. Segundo, o senhor e a Empresa (se for realmente esta a orientação que ela passa aos seus funcionários) desconhecem totalmente o que seja respeito ao ser humano, ao Estatuto do Idoso e aos Direitos Humanos e eu fico muito espantada de ver que, em pleno Século XXI, ainda existam funcionários e Empresas que sejam capazes de tamanha falta de respeito e discriminação com quem, de uma forma ou de outra, contribuiu para a construção do seu país e até do emprego que o senhor tem e do lucro que a Empresa aufere".

Aí nesse momento ele começou a querer consertar o que disse, afirmando que não falou por mal, que foi só uma maneira de dizer como são as ordens que recebe e tem que cumprir, etc, etc, etc.

E eu repliquei:

- "Meu amigo, o problema não é a ordem que o senhor tenha recebido, mas a forma como o senhor se expressa. Isto comprova que o discurso é um e a prática é outra: Pouca valia há no fato das Empresas mandarem publicar nos letreiros dos seus ônibus a frase "RESPEITE O IDOSO", se os seus funcionários não são suficientemente educados para agir de acordo com o que está escrito no veículo que ele conduz. É necessário um trabalho de educação social, desde a infância para que as pessoas internalizem em seu comportamento atitudes que não precisariam de Lei para obrigá-las a ter. Devemos sim, não só reconhecer os direitos da pessoa idosa, como também respeitá-la e tratá-la com a dignidade a que ela tem direito, não só por ser uma pessoa idosa, mas por ser um SER HUMANO como todos nós, que, inclusive, como o senhor, gostaria de ser tratado em todos os momentos da sua vida."

E o que me causou espanto, também, foi o fato de uma moça que estava sentada no banco junto comigo, afirmar que não entendeu que a forma como o motorista estava falando sobre os Idosos e o modo como os trata, tivesse sido discriminatória e que achava que tanto o motorista quanto as Empresas de ônibus estavam corretos em agir assim, porque precisavam "ter lucro".

Aí eu nem discuti, pedi para parar o ônibus no ponto que fica na altura das Mercês e completei o meu trajeto a pé. Acho que assim ganhei mais: fiz um pouco de exercício físico e não me aborreci.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Verão baiano - atualizando 26/02/2010 + reminiscências de infância

Da última postagem - 24/02 para hoje, 26/02, ontem, 25/02 caiu uma pequena chuva - coisa pouca mesmo. Hoje o dia passou todo abafado, com nuvens pesadas - baixas e cinzas- do tipo estratos-nimbos que prenunciam tempestade, sem relampagos e raios, mas com trovões.

Por falar nisso, vamos a uma aulinha de metereologia:

As nuvens podem ser classificadas como:

- Cirros: são nuvem formadas de cristais de gelo na alta troposfera, a uns 8 mil metros de altitude e custam a se dissolver. No nordeste - no árido mesmo - alí na região das cidades do Jorro, Tucano, Araci, Ribeira do Pombal, Cipó, eu tinha a impressão que elas passavam dias e dias no mesmo lugar no céu, sem se mexer, sem sair do lugar. Era só o sol e os Cirros lá em cima, fazendo uma seca dolorosa, acabando com toda plantação.

Os Cirros se apresentam como novelos muito finos de cabelo branco (lembrando o cabelos das vovós), por isto o nome Cirros que vem do Latim "Cirrus" que significa cachos de cabelo branco.Seu aspecto delicado de cor branca ou brilhante indica o bom tempo;

- Cumulus: Ah, estas são aquelas nuvens que mexem com a nossa imaginação! Brancas e fofas. Seus flocos de algodão brincam de picula com o vento no céu e formam inumeras figuras. Qual foi a criança - do meu tempo - que criança de hoje em dia nem olha para o céu - que nunca se deitou na relva e ficou só olhando o céu, associando as formações dessas nuvens, que ficam a uns 6 mil metros de altitude, a carneirinhos, cãeszinhos, couve-flor, São Jorge, São Francisco, palácio, igreja, etc, etc, etc?

As nuvens do tipo Cumulus também indicam bom tempo, aliás elas se formam em dias de sol forte. Têm a parte de baixo reta porque são formadas pela sobreposição de várias camadas de gotículas de água, daí o seu nome: Cumulus, que vem do Latim "Cumullus" e significa "reunião de coisas sobrepostas".

- Nimbos: Apesar desse tipo nos trazer a beleza do Arco-iris, é muito temido, pois são as nuvens que se formam mais ou menos a 2 mil metros de altitude.Contém cristais e às vezes pedras de gelo que quando se precipitam gera o fenômeno denominado "chuva de granizo" que destrói plantações e telhados.

Os Nimbos, do Latim "Nimbus" - nuvem de chuva - se apresentam como grandes nuvens cinzentas, espessas, de baixa altitude. No verão costumam se precipitar muito fortemente acompanhadas de raios e trovões, causando tempestades como as que ocorreram no final de 2009 e inicio de 2010 no Rio de Janeiro e em São Paulo, causando muita destruição.

Entre estes três tipos "básicos" de nuvens, existem as variações, que os metereologistas classificam com Cirros-cumulos, Cirros-estratos, estratos-cumulos, cumulos-nimbos, etc.

A qualidade de vida no interior para crianças é excelente e as experiências são riquíssimas. Além de ser uma vida muito saudável, sem poluição, sem violência, dá oportunidade de vivenciar situações que as crianças dos grandes centros não alcançam.

Não há coisa melhor do que estar tomando banho de rio e chover: A água do rio fica morna em contraposição à da chuva que cai fria. A sensação dos pingos de chuva batendo na pele quando estamos dentro da água do rio e mergulhamos e voltamos à superfície várias vezes, é indescritível.

Apreciar o Arco-iris, querendo chegar perto dele para "ser engolido e transportado para a outra extremidade a fim de encontrar o pote de ouro" é uma brincadeira que todos nós fazíamos. E ficávamos intrigados quarendo saber como é que se formava aquele arco de sete cores no céu.

Isto me lembrou Casimiro de Abreu:

Oh, que saudades que eu tenho da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos trazem mais!
Que amor, que sonhoss, que flores,
Naquelas tarde fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
Respira a alma a inocência,
Como perfumes a flor.
O mar - é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida- um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!

Oh, dias de minha infância!
Oh, meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessa delícias,
De minha mãe as carícias,
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
- Pés descalços,braços nus,
- Correndo pelas campinas,
à roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar.
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!


Oh, que saudades que eu tenho da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos trazem mais!
Que amor, que sonhoss, que flores,
Naquelas tarde fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais.

***

Guardadas as devidas proporções, noves fora o mar que eu só vim a conhecer aos 10 anos de idade quando pela primeira vez vim a Salvador, estes versos de Casimiro de Abreu retratam muito da minha infância.

Hoje eu comparo esta fase da minha vida com a dos meus filhos e constato uma diferença muito grande. Eles, por exemplo, nunca tomaram um banho de rio, nunca montaram um cavalo, nunca foram a um pomar colher frutas frescas, nunca tomaram leite morninho, numa caneca, no momento em que fora ordenhado das tetas da vaca às 05 horas da manhã no curral...são filhotes da modernidade: da aula de natação na piscina do clube, do video-game, do desenho animado na TV, da aula de inglês, da aula de judô e karatê, do colégio pela manhã e da banca à tarde, de dormir cedo à noite para acordar também cedo no dia seguinte; sem tempo para brincar, sem tempo de ser criança.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Verão baiano - atualizando 24 02 2010

Oba!!!!!!!!!!!!! Refrescou um pouco!

Hoje pela manhã deu uma chuva abençoada que melhorou a temepratura na Bahia. Ontem estava insuportável. Hoje com a chuva por volta da 10h00min o resto do dia se tornou mais suportável.

Como quarta-feira é dia do Projeto Irmã Verônica (assistência a idosos em situação de risco social) no Centro Espírita em que trabalho como voluntária, aproveitei para acessar o Globo Reporter do dia 19 de fevereiro e passar a reportagem para eles e depois explicar sobre cuidados com alimentação, higiene e saúde nesta época de temperaturas altas em que a hidratação é fundamental para pessoas idosas.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Verão baiano - atualizando

Pois é, a última postagem sobre o verão baiano foi no dia 10 de fevereiro, que era "vespera" de carnaval, já que a folia momesca da Bahia começa na quinta-feira - que foi o dia em que eu saí no Bloco Os Mascarados - nesse dia, ou melhor nessa madrugada (de quinta para a sexta-feira) eu toda fantasiada de máscara e tudo tomei uma chuvarada das boas, fiquei molhada que nem um pinto longe da asa da galinha. Como a pluma da fantasia era roxa, com a chuva a tinta soltou e eu fiquei manchada. Quando cheguei em casa que fui tomar banho para ir dormir, foi um tal de passar alcool no corpo para tirar a tinta roxa, que não foi fácil.

Ai, tivemos, sexta, sábado,domingo e segunda sem chuva.

Já na terça-feira, para minha sorte eu fui mais cedo para o camarote da APCEF na Barra, no final da tarde caiu uma chuva mais ou menos forte. Aí eu olhei pro céu e falei para São Pedro: Ô velho colabora aí, né? Hoje eu tenho que ir atras do Trio de Armandinho, Dodô e Osmar e também acompanhar um pouco a "Pipoca" de Moraes Moreira.

Não deu outra! Como o guardião do céu é meu amigo, não caiu mais nenhum pinginho d'água e eu e minhas amigas Teca, Maritinha e Val descemos do camarote e fomos atrás do(s) Trio(s). Afora o que dançamos no próprio camarote ao som de Asa de Águia e Me abraça, de Daniela Mercury e o Crocodilo, Xandy e Harmonia do Samba, Denis e Timbalada, Filhos de Gandhi, sem faltar a sensação do carnaval: Alexandre e o Rebolation (kkkkkk)Uma maravilha!!! Gente como me diverti neste carnaval!

Só teve um detalhe: Como não tenho mais pique para ir todos os dias prá folia, só vi Bell e o Chiclete e Ivete Sangalo pela televisão. Por motivos óbvios, o trio de Bell e o de Ivete são muito cheios e a turma da pipoca joga pesado, de modo que é melhor não arriscar: é mais tranquilo ver na TV do que tomar cotoveladas a torto e a direito.

Mas, para mim, um Bloco que merece um registro especial este ano é o "As Muquiranas". Os meninos estavam com uma fantasia linda homenageando o circo e na segunda-feira e na terça-feira eles fizeram a festa no Campo Grande: após o desfile deles e nos intervalos entre um trio e outro, os garotos invadiam as arquibancadas, brincavam numa boa com as pessoas, tiravam fotos em poses engraçadas, na meio da rua também se confraternizavam com o pessoal da pipoca e com os porteiros dos prédios que ficam no entorno da praça. A polícia olhava a tudo sem interferir na brincadeira sadia dos rapazes. Foi uma coisa muito bonita de se ver. Eu dei boas risadas e espero que no próximo ano eles repitam.

Carnaval e verão baiano é isso aí: diversão, festa, alegria, leveza e bom humor.

Pois é, e hoje 24 de fevereiro ainda não choveu. O calor está fortíssimo. Acho que uns 35 graus com sensação térmica de 38 a 40 graus, porém baianos e turistas não estão nem aí. Para quem pensa que o carnaval acabou, todo dia está tendo festa no Pelourinho.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Uma reflexão carnavalesca

Quando era criança eu morava no interior da Bahia e lá também tinha o costume de festejar Momo.

Claro que, há mais ou menos 50 anos atrás, a festa não era, como até hoje não é, nem nem de longe a sombra do que é a festa em Salvador, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, etc...

Eu, como toda criança, gostava da festa e ia às matinês no único clube social da cidade. A matinê começava às 15h00min e terminava às 17h00min.

E adorava ver os "cordões" de Dona Filhinha (formado com moças) e de Nem (formado com rapazes) desfilarem ao som de bandas de música na rua principal da cidade. Saiam por volta das 17h00min e terminava mais ou menos às 19h00min.

À noite (de domingo, segunda e terça) tinha "baile" no clube, mas só para os adultos, onde era permitido usar lança-perfume. Eu tinha a maior curiosidade de saber como era esse tal de lança-perfume que criança não podia nem falar quanto mais chegar perto e tive a maior decepção quando cresci e aos 21 anos, quando, finalmente me foi permitido ir ao meu primeiro baile no clube, e descobri que lança-perfume, não lançava perfume coisa nenhuma, mas um jato de algo que se borrifava num lenço, cheirava, ficava tonto e provocava um "estado de euforia" fora do normal.

Quando vi as pessoas usando e reagindo de forma estranha, nem me interessei em saber qual era a sensação e nunca cheirei a tal de lança-perfume.

Bom, voltando à infância... nós, na cidade do interior onde eu morava, éramos submetidos à educação religiosa da igreja católica e, naquela época, se fazia a primeira comunhão aos 07 anos e se passava a fazer parte de um grupo denominado Cruzada Eucarística.

Todo ano a Irmã Superiora do convento da cidade, que também comandava a turma da Cruzada Eucarística ia ao clube verificar quem estava na matinê do carnaval para retirar do "antro de pecado" as crianças - que eram praticamente todas - e claro que aí vinha um castigo e penitências.

Sempre fui muito teimosa e questionadora e isto me causava muitos problemas, porque além de me recusar a sair do clube ainda ia à rua ver os "cordões" de Dona Filhinha e Nem. Claro que a Irmã Superiora comunicava ao padre o meu comportamento e o meu castigo era sempre mais severo do que o das demais crianças.

Num determinado ano eu fiz tanta pirraça à Irmã Superiora que ela foi imediatamente no seminário, chorando e aí o padre foi lá me buscar. Quando eu cheguei no salão paroquial, além da Irmã estavam também minha mãe e minha madrinha me esperando. Aí foi muito bom: Eu me sentei, ouvi tudo o que todos queriam dizer e no fim eu perguntei:"Posso falar?" Para minha surpresa me concederam a palavra, coisa que nunca tinha acontecido.

Então me dirigi ao padre e perguntei: "O senhor pode me explicar qual é o pecado que comete uma criança ou um adulto que vá à festa - de carnaval ou qualquer outra - apenas para se divertir sem estar interessada em praticar qualquer má ação, seja contra si mesma seja contra as outras pessoas?"

Seguiu-se um silêncio. O padre tamborilou os dedos na mesa, pensou um pouco e disse: "Sendo assim, não há pecado nenhum".

Surpresa geral. As 03 olharam para o padre sem acreditar no que ouviram.

E antes que conseguissem abrir a boca eu voltei a perguntar: "Então, padre, eu posso voltar para a matinê? Eu também quero ver o cordão de Dona Filhinha e de Nem, posso?" Ele balançou a cabeça afirmativamente e eu não esperei mais nada, saí correndo antes que a Irma Superiora, minha mãe e minha madrinha pudessem por as mãos em mim (rsrsrsrs).

Hoje, 15 de feverei do ano de 2010, segunda-feira de carnaval, passados mais ou menos 50 anos desse fato - agora sou uma sexagenária que há muitos anos troquei a igreja católica por um Centro Espírita e milito na Doutrina, sem abrir mão do meu livre pensar, inclusive tendo em mente a máxima espírita "Fé verdadeira é aquela que pode enfrentar a razão em qualquer época da humanidade", abri o meu e-mail e me deparei com uma mensagem, sem indicação de autor, apenas com uma informação de que foi redigida com base nos capítulos 6 e 23 do livro Nas Fronteiras da Loucura.

Este e-mail me foi enviado por uma pessoa conhecida, que frequenta o mesmo Centro que eu.

Eu vou ter que ir ao livro citado para ler os capitulos a fim de formar melhor juízo. Entretanto posso dizer que quando li a mensagem, me veio imediatamente à lembrança o fato que narro aqui sobre a minha infância: Embora com palavras diferentes, o texto pinta um quadro aterrorizante do carnaval. Uma pessoa menos avisada que o leia, vai sair correndo e nunca mais vai querer ouvir falar da festa de Momo.

Não estou defendendo a festa, nem vou condená-la.

Do camarote que frequento todos os anos, vejo muitos atos de violência, mas vejo também a polícia - civil e militar - agindo para manter a ordem e possibilitar às pessoas brincarem em paz e com segurança. Percebe-se claramente que o número das pessoas que querem apenas se divertir é infinitamente maior do que o da quantidade que vai para praticar roubos e brigar.

Violência, atualmente, faz parte do cotidiano, não acontece só no carnaval. Por outro lado, não se analisam quatões como a cultura - este ano se comemora os 60 anos da criação do Trio Elétrico, por Dodô e Osmar e embora estes não estejam mais entre nós, os seus filhos liderados por Armandinho mantém viva e honram a memória do seu pai e do amigo. Como será que Dodô e Osmar, lá do mundo espiritual estão vendo este fato?.

Outra questão a ser analisada é a econômica, numa situação de desemprego e miséria em que muitas pessoas vivem neste país, o carnaval possibilita a criação de empregos e ocupações em diversas áreas, desde as tecelagens que produzem os tecidos, às costureiras que confeccionam os "abadás", à rede hoteleira que recebe muitos turistas, ao mercado informal que vende de tudo - comidas, bebidas e bugingangas mil na ruas, aos músicos que tocam nos trios, etc ,etc.

Me vem novamente o questionamento: Será que "as entidades das trevas" como diz o texto que recebi tem mais força e poder que os "Espíritos de Luz"? Será que a própria invenção do Trio Elétrico, das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, dos Blocos de Frevo do Recife e a indústria que se formou em seu entorno são obra de espíritos maus? Será que esse progresso não poderia ter a inspiração de um Espírito de Escol?

Para uma pessoa que tem um mínimo de senso crítico e que conheça um pouco da história das religiões e das suas filosofias, a leitura atual dessa festa ha´de passar pelo crivo da razão.

E por fim, penso que este texto está perfeitamente de acordo com o título do blog: Este é um Tema da vida e da morte. Literalmente.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Os Mascarados

Ontem - 11.02.2010- começou o carnaval de Salvador.

Entre os diversos trios e blocos que circularam tanto no circuito Dodô (Campo Grande) quanto Osmar (Barra/Ondina), neste primeiro dia de folia momesca saiu o Bloco Os Mascarados.

Eu sempre via o Bloco do Camarote e ficava admirando as fantasias e a alegria dos foliões. Neste ano tomei coragem, me "mascarei" e saí no Bloco.

É uma curtição muito legal. Fui com amigos e adorei. Todos foram muito atenciosos e carinhosos comigo, nos momentos em que embolava muita gente, eles me protegiam e cuidavam de mim.

Ah! detalhe importante: em plena madrugada deu uma chuva forte e ficamos todos igual a pintos molhados.

Fui entrevistada pela TV Aratu. Eles queriam saber a minha opinião a respeito do Bloco não contar mais com Margareth Menezes que a partir deste ano tem Preta Gil como "madrinha/rainha".

Hoje fiquei em casa descansando pois a aventura de ontem foi muito boa mas muito cansativa e eu preciso estar em forma para ir ver As Muquiranas, a Mudança do Garcia, Moraes Moreira, Armandinho e ir ao Camarote no domingo e na terça.

No meio de tudo isto, além de dar banho nos meus cães, vou pegar uma praia com o meu filhote e sair para almoçar com ele.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Verão baiano - atualizando

A ultima postagem foi 06/02. De lá para cá - hoje é dia 10 - pouquíssimos pingos d'água. Posso até dizer: chuva nenhuma.

Está tão quente que, em casa, mesmo com todas as janelas abertas, tem-se a sensação térmica de 35ºC e aí haja conta de energia elétrica para aguentar tanto ar condicionado ligado e a gente lá... na geladeira.

Amanhã começa oficialmente o carnaval da Bahia - digo oficialmente porque já há vários dias que está tendo "ensaios" por todo lugar - com a saída do tradicional bloco "Os mascarados", este ano sem a Margareth Menezes. Será comandado pela Preta Gil. Irei lá conferir. Minha fantasia está quase pronta - digo "quase" porque ontem à noite fiquei na cama matutando e resolvi mudar algumas coisas no visual. Portanto hoje terá sessão de tesoura e agulha.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Verão baiano

A última vez que escrevi neste blog foi no dia 28 de janeiro. De lá para cá ando muito ocupada e sem tempo para escrever.

Nestes dias de periodo pré-carnaval, a cidade está em polvorosa. Turistas prá todo lado. Mal comparando há momentos em que penso que tem tanta gente nas ruas, nas praias, nos shoppings que se a gente quiser por um alfinete não haverá lugar.

Mas enfim, é uma coisa boa, bonita, alegre e calorosa. E põe calor nisso! Desde o dia 28 de janeiro que não cai uma gota de chuva nesta terra.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Verão baiano - atualizando

Antes de ontem (porque agora é madrugada de 29.01.2010), deu uma chuvinha, por volta das 20h00min; neste momento eu e algumas amigas estávamos saindo do restaurante da Perini, onde fomos comemorar o meu aniversário.

Graça disse que é "auspicioso" chover no dia do nosso aniversário.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Verão baiano - atualizando

Do dia 19 até hoje - 22/01/10- um ou outro pingo de chuva, mas nada que dê pelo menos para molhar o asfalto. Está um calor dos bons na Bahia (rsrsrs)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

19/01/2010 Verão baiano

Nesta madrugada(de 18 para 19) uma caiu boa chuva, mas o dia hoje está ensolarado e bonito.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Morro de São Paulo


Pois é...

Um fim-de-semana (5ª a domingo) em Morro de São Paulo é tudo o que um mortal precisa para recarregar as baterias e agradecer a Deus pela vida e pela oportunidade de ver tanta beleza natural de uma vez.

A Pousada Mareia (de Mar e Areia) é excelente: fica na única rua após a praça perto do restaurante Alecrim de propriedade dos simpáticos André e Aurelia.

A única rua é uma ferveção. Um sobe e desce de pessoas e de "Táxis" que em Morro (
que é como carinhosamente as pessoas dizem) não é veículo, mas carrinhos de mão que servem para transportar tudo: compras, alimentos, malas dos turistas que vem e que vão e até os próprios quando não possuem joelhos fortes o suficiente ou tem a pressão arterial muito alta para encarar as ladeiras.

Tudo muito simples e rústico, mas nada mais saudável. A minha rinite desapareceu como por encanto, bastou para isto encher os pulmões de ar puro e subir e descer as ladeiras de Morro.

Ô coisa boa sentar na porta da igreja e ficar só curtindo a brisa que vem do mar; ir `as praias tomar banho de água morna; comer pastel frito na hora; tomar suco de frutas naturais; pegar um barco e ir passear na costa de Morro, mergulhar para ver os corais a 1 metro de profundidade, tomar banho de argila, ir no banco de areia no meio do mar, ir na praia de "mar alto" em Valença e comer uma moqueca de peixe fresco na Gamboa, saboreando de sobremesa um delicioso doce de caju.

O passeio a Boipeba? Ficou para outra vez, minha amiga Marisa se resfriou e achamos melhor segurar a onda um pouco para não agravar o seu estado.

Quem se divertiu mesmo foi o Victor - neto da Marisa- o garoto simplesmente não parava o dia todo, quando não era no mar, era na piscina da pousada e à noite "apagava" tal era o cansaço para recarregava as baterias a fim de curtir em plenitude o dia seguinte.

Vou transcrever aqui um pouco da história de Morro (é claro que eu pesquisei antes de ir lá para não pagar mico):

É uma ilha que fica no Oceano Atlântico - em mares baianos- a vila foi fundada em 1535, com uma fortaleza para resistir às invasões holandesa e teve muita importância estratégica na defesa das nossas riquezas e soberania.

Foi em frente à ilha que os submarinos alemães torpedearam navios mercantes brasileiros fazendo o Brasil entrar na II Guerra Mundial.

Quando a gente chega em Morro não tem um "Porto", tem um trapiche com um toldo de lona onde a gente pode ler os votos de boas vindas em diversas línguas e são as diversas línguas que se ouve na praça e na rua o dia e a noite toda. Ali fala-se o português, o inglês, o francês, o espanhor, o alemão, etc, etc ...

Logo na entrada, após o "trapiche" se vê o "Portaló" - não é o hotel que tomou o nome emprestado, mas o portal de mais de 400 anos, construído ,como dito antes, por causa das invasões halandesas.

Subindo a primeira ladeira chega-se à praça e vê-se à direita a igreja de Nossa Senhora da Luz que, segundo a lenda, foi quem fez os holadeses acreditarem que lá tinha um grande exército e desistiu de invadir a ilha.

No interior da igreja, que está quase desabando por falta de manutenção, os altares tem decoração ao estilo português com pintura no teto e apliques em ouro nos pórticos de contorno. Na parede do lado direito tem um enorme "out door" de merchandising do Governo do Estado da Bahia dizendo que está restaurando a igreja e na coluna de entrada tem uma texto em português e em inglês solicitando doações dos visitantes para restaurar o templo pois que a igreja não conta com nenhuma "ajuda oficial" - eis aí uma contradição para se apurar quem está dizendo a verdade...

No piso da Igreja tem vários "jazigos"e pessoas ilustres que foram ali enterradas. Fotografei todos para a minha coleção, embora alguns estejam já quase ilegíveis.

Saindo da igreja chega-se à praça onde à noite tem feira de artesanato e aí desce-se a rua sem preocupações porque alí não transita carros. Para não dizer que não vi veículos na ilha, vi uma ambulância, mas fiquei matutando onde ela circularia se só tem esta rua estreita e a praça, o resto é praia e o acesso a elas, desde a primeira praia é também por uma ladeira estreita e onde não tem condição de passar nenhum veículo por menor que seja.

Mais que isto, vi de manhã bem cedinho um trator recolhendo o lixo e barcos e mais barcos aportados perto das praias e homens entrando mar adentro com água no peito para descarregar "na cabeça" as mercadorias que vão suprir os bares, restaurantes, hoteis, pousadas, mercados, lojas, farmácias, enfim todo o comércio dada a dificuldade de abastecimento. Tudo vem de Salvador e de Valença.

Acabando de descer a ladeira começam as praias: Primeira Praia, Segunda Praia... Quinta Praia que também é chamada de Praia do Encanto. Voltando a partir do Trapiche a gente chega na praia da Gamboa, mas só de barco.

Tem mais 02 povoados: Galeão e Canaveira, que não visitei, o gerente da pousada foi que informou. Dá para perceber que o "miolo" da ilha ainda está desabitado e tem uma linda Mata Atlântica, que Deus ajude que não derrubem para constuir hoteis, pousadas, etc...

Outras coisas interessantes de Morro que pesquisei:

- Fonte Grande: foi o mais avançado sistema de tratamento de água do Brasil colonial;

- Que o Farol de Morro guia os navegantes desde 1855;

- Que o Casarão construído em 1608 abrigou D. Pedro I e a Marquesa de Santos

Finalmente, registro o Pôr-de-Sol de Morro que é mais bonito do que o que se vê da varanda do meu apartamento na Vitória. Só me faltou ver os Golfinhos que dizem que fazem a festa nos finais de tarde. Mas acho que só no mês de agosto, agora em janeiro seria muita sorte vê-los.

Morro e seus encantos com fé em Deus voltarei lá um dia.



Verão baiano - atualizando

O último post sobre as chuvas foi no dia 12/01/10.

Só vi uma boa chuva no sábado - 16/01- e exatamente neste momento em que escrevo (0h16min) cai mais um chuva.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

12.01 10 Verão baiano

Registrando:

Uma chuva pela manhã e alguns chuviscos `a tarde.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Verão baiano 11.01.2010

Atualizando:

09.01.10 Sábado pela manhã deu uma boa chuvarada.

10 e 11 Até o momento nem um pingo.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Che Guevara

Cuba e seu processo revolucionário ainda engendram paixões, alimentam personagens quase míticos e despertam admiração e repulsa.

A revolução cubana completou 50 anos em 2009. Quando ela aconteceu em 1959, eu contava 09 (nove) anos de idade e morava numa cidade do interior da Bahia.

A cidade era muito pequena e o progresso não havia chegado - como até hoje ainda não se instalou por lá - ali não chegavam livros, revistas e jornais; não tinha TV e eram poucas as famílias que possuíam um rádio.

Então, só vim tomar conhecimento de alguns fatos que aconteciam no mundo quando, em 1960, eu vim
pela primeira vez, a Salvador - Capital do Estado - e fiquei muito impressionada com a figura de um homem muito bonito cuja foto estava estampada na primeira página de um jornal.

Desde muito pequena eu era uma leitora voraz. Esquecia qualquer coisa que estivesse fazendo se me caísse nas mãos um texto. E este tinha uma novidade: uma fotografia do personagem de quem o texto falava.

A notícia dizia que "o comandante Ernesto Che Guevara, líder da revolução cubana e Diretor do Banco Nacional de Cuba se casara com a cubana Aleida March..." O texto trazia ainda algumas informações sobre Fidel Castro, sobre a revolução e sobre a pressão que os Estados Unidos exerciam sobre o governo de Cuba.

Pronto! A partir daquela data, assim como eu colecionava notícias dos meus artistas preferidos, passei a buscar e guardar tudo o que pudesse sobre a revolução cubana e, principalmente, sobre Ernesto Che Guevara de la Serna.

Da maneira que me foi possível, acompanhei a vida deste médico argentino (que tinha o mesmo nome do meu querido avô: Ernesto) que deixou o seu país, a medicina e a familia para se dedicar ao ideal de resistir ao imperialismo norte-americano.

Foi com encantamento que li partes do discurso que Che proferira no Congresso
da Juventude Latino-Americana que acontecera em Havana (1960) onde ele finalizou com a frase "Cuba, sim! Ianques, não!" ; li com admiração, o seu discurso na Assembléia das Nações Unidas em 1964 e foi com muita tristeza que em 1967 eu li sobre a sua prisão e execução aos 39 anos de idade.

Muita coisa do meu arquivo se perdeu e vejo com alegria que hoje, mais de 40 anos depois da sua morte muito se fala sobre esta figura mítica.

São publicações da biografia, análises da sua atuação, seja em Cuba, seja na África e na Venezuela; e filmes. Desde o romântico Diários de Motocicleta até os biográficos como CHE, estrelado por Benicio del Toro no papel-título e Rodrigo Santoro no papel de Raul, o irmão de Fidel.

Na medida do possível passarei para este blog algumas anotações que tenho guardadas sobre o pensamento de Che e iniciarei hoje com a frase que é a mais emblemática e a mais citada em toda a América Latina: "Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás".

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O que escrever na lápide do túmulo

Quem sabe um dia a gente precisa de uma sugestão. Nunca se sabe...Para facilitar, pesquisei na net algumas frases e deixo aqui.

Internauta: "www.aquijaz.com"

Agronônomo: "Favor regar o solo com NEGUVON, evita vermes"

Alcoólatra: Enfim, sóbrio"

Arqueólogo: Enfim, fóssil"

Assistente Social: "Alguém aí me ajude"

Brother: "Fui"

Cartunista: "Partiu sem deixar traços"

Delegado: "Tá olhando o quê? Circulando, circulando..."

Ecologista: "Entrei em extinção"

Enólogo: "Cadáver envelhecido em caixão de carvalho, aroma Formol, after tasting que denota presença de microorganismos diversos"

Espírita: "Volto já"

Funcionário Público: "É no túmulo ao lado"

Garanhão: "Rígido como sempre"

Gay: "Virei purpurina"

Herói: "Corri para o lado errado"

Hipocondriaco: "Eu não disse que estava doente!? Eu não disse"?"

Humorista: "Isto não tem a menor graça!"

Jangadeiro diabético: "Foi doce morrer no mar"

Judeu: "O que vocês fazerrr aqui? Quem está tomando conta do lojinha?"

Pessimista: "Aposto que está fazendo o maior frio no Inferno"

Psicanalista: "A eternidade não passa de um complexo de superioridade mal resolvido"

Sanitarista: "Sujou!!!"

Sex Symbol: "Agora, só a terra vai comer..."

Viciado: "Enfim, pó!"



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Verão baiano 08.01.2010

Mal acaba o natal e o ano novo e a cidade já está em polvorosa.

Parece noiva em vésperas de casamento: muita coisa para arrumar, muitas providências a tomar.

E vai se preparando para o Bonfim Light, para as "milhões de lavagens" - tem até a da APCEF que não perco por nada deste mundo - .

Hoje teve lavagem do Shopping Barra: uma curtição.

E a maquiagem maior é para o carnaval. Já se sente no ar aquela alegria contagiante: Fala-se nos blocos, nos trios, nas bandas, nos afoxés, nos Filhos de Gandhi,nos Mascarados, nos camarotes, na músicas, nos artistas, nos cantores, no que vai bombar...

O Campo grande já está em ritmo de armação de arquibancadas e de tribuna de honra; as Avenidas Sete e Carlos Gomes já começam a se despir dos enfeites natalinos e a se vestir da decoração momesca.

A Avenida Oceânica, do Farol daBarra até Ondina, idem.

E a gente que vai fazer a saudável caminhada tem que ter bom humor e se desviar dos materiais depositados nos passeios e dos homens trabalhando para quando o carnaval chegar estar tudo na mais perfeita ordem para a gente ter uma festa bonita e divertida.

Adoro o carnaval da Bahia - pura participação - festa popular mesmo onde se misturam o rico e o pobre, o branco e o negro, o nativo e o turista e todos são iguais, todos preocupados apenas em se divertir....

Quer dizer todos não, né? Porque tem a turma da violência. Mas a policia está cada vez mais aparelhada para garantir a segurança do cidadão que quer apenas brincar o carnaval.

Este ano estou animadíssima: Moraes vai voltar ao carnaval da Bahia! E cheio de músicas novas!

Ah! E só para registrar, hoje não choveu. Fez um calor dos bons: todo mundo na rua suando. Até o povo dos shoppings hoje suavam. Os aparelhos de ar condicionado não estão dando conta.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Verão baiano - atualização

Dias 04, 05,06 e 07:

Calorzinho abafado, sem chuvas.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Verão baiano dias de chuva

Por conta dos festejos de fim de ano, eu saí. Fui passar o Reveillon fora de casa, com amigas. Cheguei ontem, mas não pude escrever nada porque meu cão SIMBA estava doente e eu fiquei cuidando dele.

Aqui estão os registros das chuvas:

31/12/09 - Choveu na passagem do ano;
01/01/10 - Choveu na madrugada;
02/01/10 - Choveu por volta das 10:00h. Nós estávamos na praia e tivemos que nos abrigar numa barraca. O aguaceiro foi forte.
03/01/10 - Choveu à noite.

Está muito calor mas quando chove refresca um pouco.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Primeiro acesso de 2010

Só para registrar o meu retorno após a entrada do Ano Novo. Depois volto aqui com calma para tomar conhecimento dos blogs que sigo e atualizar o meu.

Feliz Ano Novo para nós todos.