domingo, 10 de janeiro de 2010

Che Guevara

Cuba e seu processo revolucionário ainda engendram paixões, alimentam personagens quase míticos e despertam admiração e repulsa.

A revolução cubana completou 50 anos em 2009. Quando ela aconteceu em 1959, eu contava 09 (nove) anos de idade e morava numa cidade do interior da Bahia.

A cidade era muito pequena e o progresso não havia chegado - como até hoje ainda não se instalou por lá - ali não chegavam livros, revistas e jornais; não tinha TV e eram poucas as famílias que possuíam um rádio.

Então, só vim tomar conhecimento de alguns fatos que aconteciam no mundo quando, em 1960, eu vim
pela primeira vez, a Salvador - Capital do Estado - e fiquei muito impressionada com a figura de um homem muito bonito cuja foto estava estampada na primeira página de um jornal.

Desde muito pequena eu era uma leitora voraz. Esquecia qualquer coisa que estivesse fazendo se me caísse nas mãos um texto. E este tinha uma novidade: uma fotografia do personagem de quem o texto falava.

A notícia dizia que "o comandante Ernesto Che Guevara, líder da revolução cubana e Diretor do Banco Nacional de Cuba se casara com a cubana Aleida March..." O texto trazia ainda algumas informações sobre Fidel Castro, sobre a revolução e sobre a pressão que os Estados Unidos exerciam sobre o governo de Cuba.

Pronto! A partir daquela data, assim como eu colecionava notícias dos meus artistas preferidos, passei a buscar e guardar tudo o que pudesse sobre a revolução cubana e, principalmente, sobre Ernesto Che Guevara de la Serna.

Da maneira que me foi possível, acompanhei a vida deste médico argentino (que tinha o mesmo nome do meu querido avô: Ernesto) que deixou o seu país, a medicina e a familia para se dedicar ao ideal de resistir ao imperialismo norte-americano.

Foi com encantamento que li partes do discurso que Che proferira no Congresso
da Juventude Latino-Americana que acontecera em Havana (1960) onde ele finalizou com a frase "Cuba, sim! Ianques, não!" ; li com admiração, o seu discurso na Assembléia das Nações Unidas em 1964 e foi com muita tristeza que em 1967 eu li sobre a sua prisão e execução aos 39 anos de idade.

Muita coisa do meu arquivo se perdeu e vejo com alegria que hoje, mais de 40 anos depois da sua morte muito se fala sobre esta figura mítica.

São publicações da biografia, análises da sua atuação, seja em Cuba, seja na África e na Venezuela; e filmes. Desde o romântico Diários de Motocicleta até os biográficos como CHE, estrelado por Benicio del Toro no papel-título e Rodrigo Santoro no papel de Raul, o irmão de Fidel.

Na medida do possível passarei para este blog algumas anotações que tenho guardadas sobre o pensamento de Che e iniciarei hoje com a frase que é a mais emblemática e a mais citada em toda a América Latina: "Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás".

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