segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Haja paciência com esta maquininha infernal...

Depois de muitas peripécias consegui por o texto da Giselly Lima no blog e aí fui escrever uns comentários.

Fato é que já estava com boa parte do texto digitado, o "bendito do sistema" resolveu fazer uma atualização e aí perdi tudo.

Depois volto a esta tarefa.

Preciso também atualizar o blog, se o "bichinho" é um "diário" tem que haver registros diariamente, senão perde o sentido.

Morte à moda antiga

Reprodução de texto

Autora Gisely Lima


Morte à moda antiga

Comecei a escrever esse texto depois de ter visto o filme A Partida (Japão, 2008), muito terno e leve, mesmo ao abordar os fatos da morte. Emocionei-me assistindo àquela história sobre achar o singelo, a realização íntima onde há medo e mistério. Gostei especialmente porque me senti menos bizarra por ter testemunhado mortos e enterros desde cedo.
Morrer já era assunto nos meus sete anos. Aos sete, na pequena cidade, onde nasci, me dei conta de que a morte desfilava em frente a minha casa. Cercada por um grupo de pessoas, dentro de um caixão adornado de prateado, orientava o caminho de um grande estandarte roxo e marcava o ritmo da banda de metais ? sax, trombone e tuba - que acompanhava o cortejo a caminho do cemitério. Quando se noticiavam velório, agarrada na mão da Gardênia, flor mais velha entre as meninas que brotavam na minha rua, e ia ver o morto da vez: um velho, uma criança afogada, uma mulher parida ou um recém-nascido. Sabia a morte uma rotina naquele lugar cercado de sertão e fome, especialmente de velhos e bebês, mas me chocava demais os afogados e os homens adultos. Levados por causas violentas, que revelavam a fragilidade indistinta diante do rio, da estrada ou da bala, faziam a comoção na cidade mais intensa e por isso tinha sempre muitas mulheres em redor do velado derramando um choro inconformado e barulhento sobre panos rotos. Eu ia vê-los, aos sete, levada na corrente do interesse de toda a gente que não tinha muita ocupação e, pra isso, me organizava com minhas amigas da vizinhança, as mesmas de rodar bambolê, brincar de casinha e pular elástico e do mesmo jeito que fazia quando ia à praça ou ao circo ou tomar banho de rio ou a um aniversário ou aos festejos de dezembro. Saia de casa sem muito alarde, coisa fácil para a filha do meio de uma família grande; percorria uma longa calçada e ia formando bando à medida que mudava o nível dos batentes - cada casa tinha a calçada em uma altura, como uma escada suave e larga. Íamos às escondidas, mas nunca fomos proibidas explicitamente de ver os mortos. Nem castigo ganhávamos, só lamentos e uma advertência ambígua vinda de nossos pais, confusos por achar terrível que nos interessássemos, mas cientes de que a vida na cidade pequena se fazia com fatos dessa ordem: do nascer, do amar, do plantar, do partir e do morrer. Não tinham como nos negar as lições que vinham com esses eventos e nos proibir de perscrutar seus mistérios. Íamos como a um espetáculo, mas sabíamos da autenticidade da dor que envolvia cada fato e nos consternávamos, silenciando frente ao pranto, abaixando a cabeça na presença do morto, mas de jeito nenhum deixávamos de olhar cada detalhe da cena e tentar satisfazer cada gota da curiosidade que tínhamos sobre o que era a vida, a carne, o sofrimento, não sei bem. Quando, no centro do acontecimento, havia outra criança, vinha um adulto nos mandar de volta pra casa. Temia-se o peso da descoberta de que nem toda criança será sustentada pela vida. E essa descoberta assusta. Uma das situações mais desconcertantes em toda minha vida foi receber a pergunta, acompanhada de um olhar desamparado de minha filha, depois de saber, aos oito anos, que uma colega da escola havia sucumbido a uma crise de asma: ?Mãe, então criança morre??. Foi terrível testemunhar essa constatação.
Não lamento essa minha mórbida experiência na infância, embora a vida de hoje, a cultura urbana, a cultura do sucesso, a idéia fixa de felicidade, a vaidade, o sexo mítico, neguem o assunto da morte, do envelhecer, do brochar, do perder. Meu lamento maior é pelo nosso despreparo para estas coisas, pois elas estão a nossa frente o tempo inteiro. Numa economia que nega sua realidade, mas sustenta a audiência da TV, só que de forma pasteurizada, mais espetacularizada, produzidas de forma que não pareçam o que são: perecimento, transitoriedade e perda, mas também aprendizado, sentimento , transformação, enfim, humanidade. O Arnaldo Antunes diz que, hoje, envelhecer é moderno. E eu digo que falar da morte é vintage.

Verão baiano Terceiro dia Segunda chuva

Registrando uma chuvinha básica, no dia 23/12 - madrugada de 24, acordei com uma forte ventania, corri a fechar janelas e poucos instantes depois um belo aguaceiro caiu sobre Salvador.

Registro, portanto, a segunda "pancada" de chuva no terceiro dia do verão baiano.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Verão baiano

Acho interessante as pessoas fazerem apologia ao verão de Salvador: e reclamam do calor; e pedem uma chuvinha pra refrescar; e se abanam; e dizem que nesta terra não chove; que não há quem suporte tanto sol, tanto mormaço, tanto abafamento, etc, etc, etc.

Pois bem, o verão, oficialmente, - porque antes já havia muito sol e calor aqui - começou no dia 21 de dezembro e... nesse dia choveu. Tudo bem que não uma tromba d'água, mas deu uma enxurradazinha em alguns pontos da cidade. Dia 22 deu uns chuviscos no Campo Grande. Dia 23 pela manhã eu ia passando a pé pela Vitória, indo pro Pilates e recebi uns pingos d'água na cabeça... será que alguém resolveu jogar água da varanda?

A previsão da metereologia diz que deveremos ter um Natal Molhado. Aí não dá, né?!!! Tenho que ir dar o meu abraço anual em Alvaro, Eulina, Carol, Noelia, Alexandre - que agora tem Tacylla como esposa - e Clarinha que é filha de Alexandre com Isabelle. Portanto vou logo mudar minha cartinha para o Papai Noel: vou pedir ao bom Velhinho que fale com Deus para deixar a chuva para depois de amanhã, já que no dia 25 de dezembro, pela primeira vez em muitos anos, não teremos a palestra de Divaldo Franco na FEEB, que foi antecipada parao dia 20/12, por mim pode chover à vontade.

Feliz Natal! Oh, ho, ho!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cestas básicas e texto recebido



Ontem 21/12, conforme informei antes entregamos as cestas básicas dos idosos.

Acima estão algumas fotos.

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Recebi, também ontem, da minha amiga Fernanda Almeida -professora de Antropologia da UFBA/UCSAL - um texto da Giselly Lima - que faz umas sessões de contação de estórias para crianças muito boas. O título é "Morte à moda antiga" .

Pela semelhança da narrativa com as minhas experiências de infância no interior, tentei copiar e colar o texto neste blog. Mas não deu certo.

Quando eu tiver tempo digitarei o texto da Giselly aqui e escreverei sobre este tema aqui, afinal, por enquanto, a vida e a morte dão título a este blog.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Natal dos idosos

Na quarta-feira, 16.12.09, promovemos a confraternização de natal dos idosos que são atendidos no GEPEC - Projeto Irmã Verônica.

O almoço aconteceu na quadra do Palácio das Artes Museu Rodin Bahia. Um lugar muito aparazível, ao ar livre, com muita sombra, temperatura ideal, nem quente nem fria.

O cardápio constou de Baião de dois, batata sauté, arroz, salada e peito de frango. De sobremesa, servimos tortas de chocolate e de abacaxi e refrigerantes.

O ponto alto da festa foi a peça teatral encenada por um grupo de 15 idosos, entre eles uma pessoa deficiente visual, uma com problemas renais e que faz hemodiálise 03 vezes por semana e outra que anda com ajuda de muletas. Fiquei muito emocionada com o resultado de um trabalho que venho lutando sozinha para realizar desde o mês de agosto, quando fiz a parceria com o museu e o grupo de voluntários do Gepec não abraçou o projeto alegando que isto daria muito trabalho e que os idosos não dariam conta porque não tinham mais capacidade de aprender nada.

O resultado foi lindíssimo! A educadora social Carla está de parabéns pelo trabalho realizado com os idosos.

Outro fato que me deixou emocionada foram os depoimentos dos idosos ao final da atividade. É deveras impressionante uma pessoa de mais de 80 anos declarar qeu nunca havia se alimentado sentada à mesa, que esta mesa estivesse coberta por uma toalha branca e tivesse um arranjo natalino para enfeitá-la; a senhora deficiente visual que participou da peça de teatro declarou que já fora empregada doméstica naquela casa como babá de um dos filhos do Comendador Bernardo Martins Catharino.

Não dá para registrar todos os depoimentos aqui. Foram muitos - mas estes dois considerei importante guardar.

Amanhã - 21.12 - vamos entregar as cestas básicas de natal. Estas são sempre mais reforçadas do que as dos meses anteriores e eles ficam muito felizes pois é a garantia de que terão uma mesa mais farta para si e a sua familia no natal.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Concerto especial de natal do TCA

Ontem, sábado, no GEPEC fizemos a confraternização de natal de alguns grupos e o nosso do "Socorro Espiritual" participou e fez uma dinâmica de grupo muito boa.

Depois dei umas voltas de carro com Mary Alice: levei-a para ver a decoração de natal do Campo grande, da Av. Sete, da Rua Carlos Gomes e da Ponta de Humaitá. Deixei-a em sua casa por volta das 21h00min e vim correndo para assistir a novela (rssrsrs).

Após a novela como meu filho estava me cobrando muito, armei a árvore de natal e o presépio da nossa casa.

Sinceramente, este ano não incorporei o "Espírito de Natal". Estou fazendo as coisas mais pelo aspecto externo, para satisfazer aos outros, para cumprir formalidades, mas por dentro mesmo estou péssima - muito triste, muito prá baixo - embora saiba que tenho que reagir pois ninguém está nem aí prá mim, principalmente quem com suas atitudes está me deixando assim.

Hoje - domingo - acordei com dores de coluna (lombar e cervical). O pescoço, o ombro, o braço do lado direito praticamente não se moviam. Fiz uns alongamentos ainda na cama, mas não adiantou de nada; tomei um relaxante muscular para ver se melhorava, aguardei um pouco mais na cama e nada. Uma contratura muscular tão forte do pescoço aos dedos, que tive que aguardar o meu filho acordar para pedir a ele que pegasse os baldes de água para lavar o xixi e o cocô dos cães na varanda.

Lavei os pratos, fiz o almoço, almoçamos, arrumei a cozinha e depois me deitei no sofá. Assisti (novamente) CASABLANCA, dei um cochilo e depois me arrumei para ir ao Teatro Castro Alves com minha amiga Lis Celeste.

Assistimos ao Concerto de Natal das Orquestras OSBA (Orquestra Sinfônica da Bahia), NEOJIBÁ (Núcleos Estaduais de Orquestra Juvenis e Infantis da Bahia) que apresentou a Orquestra Juvenil 2 de Julho e
a OCA (Orquestra Castro Alves) regidas por Ricardo Castro e o jovem Yuri Azevedo.

A programação não poderia ser melhor:

OCA:

Johannes Brahms
Dança Húngara nº 5

Georges Bizet
Siute Carmen
Troca de guardas

Monty Norman
Tema de James Bond - Arranjo de Bob Cerulli

Manuel Artés
Chamambo

Todos estes regidos por Yuri azevedo

Orquestra Juvenil 2 de Julho:

Antonín Dvorák

Sinfonia nº 9 em Mi Menor, op. 95 (Do novo mundo)

I Adágio
II Largo
III Scherzo
IV Allegro com fuoco

Regente: Ricardo Castro

OSBA:

Piotr Ilyich Tchaikovsky
Quebra Nozes, Suíte nº 1, op. 71A

I Ouverture miniature

II Danses Caracteristiques
a) March
b) Danse de la fée-Dragée
c) Danse Russe Trépak
d)Danse Arabe
e) Danse Chinoise
f) Danse de Mirtilitons

III Valse des fleurs

Todos regidos por Ricardo Castro

Com essa atividade na tarde deste domingo modorrento, pelo menos posso me sentir um pouco mais confortada tendo acesso a música de qualidade.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Pois é... novamente o TANGO

Hoje (11/12/09) foi o almoço de confraternização da AEA/BA. Sei não, mas ficou um gostinho de que as coisas não estão com o mesmo gás de antes: Pouca gente, pouca animação, comida mais ou menos...

De novidade tivemos:

- A Santíssima Bahia climatizou uma área para refeições. Ficou muuuuuuuuuito mais confortável. Antes era um calor insuportável, fora o barulho do som.

- Teve um grupo de dança e uma moça e um rapaz dançaram um Tango. Ai, ai... para quem conhece "el Tango argentino" - este tango tupiniquim é de uma pobreza! Mesmo assim dei o meu telefone pro carinha e quem sabe para o ano eu crio coragem e tomo umas aulinhas. Afinal tenho que me exercitar de alguma forma e nada melhor que a dança.

Mudando de assunto agora à noite na UFBA houve um relato da Profa. Margarida Rego para o Núcleo de FHTM - que agora passa a ter o seu nome como patrono. Foi muito bom pois ela relatou desde a sua infância como foi a sua aproximação com o magistério e o Serviço Social.

No final, nem esperei o lanche que foi servido, voltei correndo para casa para assistir à novela Viver a Vida, pois eu não havia deixado gravando.

Ah! outra coisa. Estou achando este título "Temas da vida e da morte" meio pesado para o blog. Vou deixá-lo aí mais uns dias para ver se o mantenho ou se troco por algo mais leve.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Flor de Lótus

Veja porque escolhi a Flor de Lótus como símbolo deste blog.

A flor-de-lótus (Nelumbo nucifera), também conhecida como lótus-egípcio, lótus-sagrado e lótus-da-índia, é uma planta da família das ninfáceas (mesma família da vitória-régia) nativa do sudeste da Ásia (Japão, Filipinas e Índia, principalmente).

É olhada com respeito e veneração pelos povos orientais e representa a pureza emergindo imaculada de águas lodosas.

No Japão esta flor é tão admirada que, quando chega a primavera, o povo costuma ir aos lagos para ver o botão se transformando em flor.

Lótus é o símbolo da expansão espiritual, do sagrado, do puro.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Finalmente!!!


Finalmente cheguei a um consenso comigo mesma a respeito do título deste blog. E ele está aí: TEMAS DA VIDA E DA MORTE.

Penso que foi uma boa escolha. Por quê?

- Porque se estou aqui escrevendo é porque estou viva;

- Por que se estou viva, posso morrer a qualquer momento;

- Se posso morrer a qualquer momento tenho que estar sempre preparada e viver como se este fosse o último momento. E, em sendo o último momento, devo vivê-lo em plenitude, alegre, feliz, de bem com a vida. Administrando os problemas, sem permitir que eles me impeçam de viver e de ser feliz.

- Considerando que a vida e a morte são os maiores enigmas postos ao homem e que, através dos séculos, ele nunca conseguiu resolvê-los, valerá a pena as reflexões que, obviamente, não esgotarão o assunto, mas nos possibilitará o enriquecimento e o aclaramento das causas de problemas do cotidiano.


Pode parecer pretensioso. Mas não é.

A intenção além, é claro, deste blog ser o meu diário eletrônico, é que ele sirva também para para discutir e oportunizar a colocação democrática de idéias.

Para iniciar aqui está a minha:

"A morte é uma realidade à qual ninguém foge. O que se vai encontrar depois dela é um enigma. Alguns acreditam que não há nada, outros, no entanto, crêem que o reencontro com a vida maior é outra grande realidade para a qual devemos estar preparados, pois que aqui estamos de passagem, no estágio de evolução espiritual, para voltarmos à nossa verdadeira Pátria, a espiritual.

Como resultado das discussões que participei, tornei-me Reencanarcionista e concluí que avançamos no rumo da perfeição. Senão de que serviria viver e cumprir o ciclo da vida? De que adiantaria realizar obras se tudo caísse no nada e no esquecimento?

Penso que a morte, apesar de inspirar sentimentos diversos, como medo, pavor, compaixão, dúvida, angústia, saudade e até revolta é, também, a grande mensageira da Realidade que vence as fantasias e que morrer não significa extinção, mas simplesmente a passagem de uma situação vibratória para outra, do estado material, denso e palpável para o estado espiritual, sutil, intangível, em que se nos abre um campo de percepção e visão mais bem apurado".

Sigo, com interesse, os avanços da ciência a esse respeito e, atualmente, me empolga a pesquisa efetuada na USP por Sônia Rinaldi acerca da Transcomunicação Instrumental, na qual se comprova a comunicação entre os mundos material e espiritual através da gravação por instrumentos de vozes e imagens de pessoas que já "morreram".

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tango...

Olhei novamente a postagem Tango-a-Tierra... Hoje foi o tradicional almoço de confraternização de fim de ano de Arnaldo Costa Junior - meu advogado para assuntos da CAIXA e FUNCEF - conversei com uns amigos e amigas que estavam lá sobre o tango. Sei lá... parece que o povo anda meio desconsolado da vida e não se interessa por quase nada. Apesar dos meus problemas pessoais, que são muitos, das minhas tristezas, das minhas lutas, eu procuro manter viva a chama da alegria, da vibração, do entusiasmo e do interesse por arte no geral, desde museus até figurinhas (rsrsrs); para mim o importante é não entrar em depressão e não me entregar à tristeza e desistir da vida e de viver.