segunda-feira, 22 de março de 2010

Outono baiano

Pois é, no dia 20 de março começou o outono, mas o calorzão abafado continua na Bahia. Tempo meio carregado de nuvens, mas chuva que é bom... nada! Ontem ensaiou um pouco de chuva e teve até um arco-íris, que eu fotografei, mas ficou muito claro, talvez não dê para postar aqui, vou tentar outro dia com mais calma. Hoje só estou registrando para não esquecer.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Verão baiano

Devido às múltiplas atividades não tenho tido tempo de vir ao blog para falar sobre o Verão Baiano como prometido.

E não estou com "peso na consciência" por causa disto.

E o motivo é muito simples: Não há nenhuma novidade além do calor de mais de 30 graus que tem feito neste final de verão. E chuva mesmo só aconteceu na última quinta-feira, dia 18/03, por volta das 9h00min da manhã.

Acho até que o outono que se inciará hoje ou amanhã, não será outono como a gente está acostumada a ter, mas um verão prolongado na Bahia.

Ontem, 19 de março, dia de São José, no qual há a tradição de semear milho e amendoim para colher no São João, costuma chover e as pessoas interpretam este fato como prenúncio de boa safra, não choveu. Aguardemos o mês de junho para ver se teremos milho verde e amendoim no São João e São Pedro

domingo, 7 de março de 2010

Luiz Caldas - O criador do Axé Music

07/03/2010 É um dia que ficará na história do grandes shows do Teatro Castro Alves - TCA.

Luiz Caldas, ao lado de Armandinho Macedo, é, na minha opinião, um dos melhores músicos e instrumentistas da Bahia que surgiu na época do inicio da afirmação do Trio Elétrico como a marca oficial do carnaval da Bahia, fez um show como quase nunca se vê. Muito bem produzido, muito bem conduzido; Perfeito.

A platéia do TCA estava lotada e delirou, cantou e dançou com o criador do Axé Music que, mostrando a sua versatilidade, iniciou tocando piano, passou por classicos, pelo rock, pelo sertanejo, pela música de fazenda e terminou um show de mais ou menos 02 horas tocando e cantando Axé Music.

Conheci o Luiz em Vitória da Conquista, na década de 70. Eu morava em Itambé, cidade vizinha e o Luiz trabalhava no comércio de Vit/Conquista durante o dia e semana e à noite e nos fins de semana participava do "Conjunto Musical" do Sr.João Faustino, que, de vez em quando ia tocar no Clube Social de Itambé e também nas festas que aconteciam durante a famosa Feira Agro-pecuária de Vit/Conquista.

Eu admirava e admiro a sua voz forte e bonita, de timbre grave, que cantava imitando Belchior (Eu sou apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior...), Luiz Gonzaga (Eu fiz amor no igarapé...), Zé Rodrix (Eu quero uma casa no campo onde eu possa compor muitos rocks rurais...) e muitos outros cantores, até vir para Salvador, começar a tocar no Trio Elétrico Tapajós, do Sr. Orlando e lançar a música Fricote. Pronto estava criado o Axé Music.

Luiz é autor e cantor de músicas alegres e de letras bonitas como Canção de amor, É tão bom, Sonho bom, Haja amor, Ó bondade, Magia e tantas outras. Vale a pena um acesso ao site oficial do cantor e deixar lá um recado para esse que é dos grandes ícones da música e do carnaval da Bahia e que tem a vida como tema dos seu trabalho.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Respeite o idoso (?)

Estão circulando, nesta cidade do Salvador, Estado da Bahia, alguns ônibus que trazem na faixa luminosa que anuncia o roteiro, a frase: "RESPEITE O IDOSO".

Mas são as mesmas empresas de transporte público que publicam esta frase nos letreiros e seus funcionários que "DESrespeitam o idoso".

Anteontem, 02.03.2010, por volta das 14h50min eu ia à Avenida Sete de Setembro, ao Trecho do Relógio de São Pedro. Como o trânsito no centro da cidade está cada dia pior e não se encontra uma vaga para estacionar um carro, seja em garagens e estacionamentos pagos ou na Zona Azul, optei por ir de ônibus.

Tomei o ônibus "SELETIVO" de nº 3365 da Empresa Rio Vermelho, no ponto que fica em frente ao Museu de Arte da Bahia, no Corredor da Vitória.

Confesso que, embora nunca tenha tido qualquer problema com a minha idade - assunto que mulher não gosta muito de falar - como "sessentei" recentemente, ainda não incorporei o hábito de reivindicar certos direitos inerentes à pessoa idosa, principalmente aqueles garantidos no Estatuto do Idoso, entre eles a gratuidade de passagem em transportes coletivos urbanos.

E é de acordo com esses hábitos já arraigados por anos e anos de comportamento, que quando tenho que usar o transporte público, antes de sair de casa, para não dar colher de chá a ladrão, já ponho em cada bolso o valor da passagem de ida e de volta. Assim não tenho que abrir bolsa dentro dos ônibus e se algum larápio por a mão no meu bolso, só vai conseguir levar o valor de uma passagem, já que a passagem, a de ida, eu entrego ao cobrador logo que entro no veículo.

Desta forma, desde que completei sessenta anos em janeiro, até hoje ainda não fui de graça a lugar nenhum, pois quando me lembro que já sou uma pessoa idosa e tenho direito à gratuidade da passagem, já paguei a tarifa do ônibus.

E foi o que aconteceu na terça-feira, 02 de março: Entrei no ônibus, já com o dinheiro na mão, paguei a passagem e me sentei.

Como me sentei na poltrona da frente perto do motorista, num determinado momento perguntei-lhe:

- "A empresa de ônibus considera a idade de 60 ou de 65 anos para conceder a gratuidade ao idoso?"

O motorista respondeu:

- "Aqui, a pessoa pode ter 90 anos que não tem passagem de graça. Eu nem paro o carro se um "velho" der sinal. A Empresa não vai dar colher de chá para "velho" viajar de graça em ar condicionado. Este ônibus é Seletivo, só entra que pode pagar.E os colegas dos ônibus comuns só param se fôr em horário de pouco movimento e se o veículo for mais antigo. Em carro novo e na hora do rush, não tem condição de encher os ônibus de "velhos" e deixar de faturar com passageiros que pagam as suas passagens."

Então eu disse a este motorista.

- "O senhor está medindo a extensão da quantidade de besteiras que está falando? Primeiro, que o senhor vai ficar "velho" um dia. "Idoso" mesmo, acho que o senhor não ficará, porque uma pessoa que pensa, fala e age como o senhor não merecerá nunca o carinho e a consideração que uma PESSOA IDOSA merece da sociedade. Segundo, o senhor e a Empresa (se for realmente esta a orientação que ela passa aos seus funcionários) desconhecem totalmente o que seja respeito ao ser humano, ao Estatuto do Idoso e aos Direitos Humanos e eu fico muito espantada de ver que, em pleno Século XXI, ainda existam funcionários e Empresas que sejam capazes de tamanha falta de respeito e discriminação com quem, de uma forma ou de outra, contribuiu para a construção do seu país e até do emprego que o senhor tem e do lucro que a Empresa aufere".

Aí nesse momento ele começou a querer consertar o que disse, afirmando que não falou por mal, que foi só uma maneira de dizer como são as ordens que recebe e tem que cumprir, etc, etc, etc.

E eu repliquei:

- "Meu amigo, o problema não é a ordem que o senhor tenha recebido, mas a forma como o senhor se expressa. Isto comprova que o discurso é um e a prática é outra: Pouca valia há no fato das Empresas mandarem publicar nos letreiros dos seus ônibus a frase "RESPEITE O IDOSO", se os seus funcionários não são suficientemente educados para agir de acordo com o que está escrito no veículo que ele conduz. É necessário um trabalho de educação social, desde a infância para que as pessoas internalizem em seu comportamento atitudes que não precisariam de Lei para obrigá-las a ter. Devemos sim, não só reconhecer os direitos da pessoa idosa, como também respeitá-la e tratá-la com a dignidade a que ela tem direito, não só por ser uma pessoa idosa, mas por ser um SER HUMANO como todos nós, que, inclusive, como o senhor, gostaria de ser tratado em todos os momentos da sua vida."

E o que me causou espanto, também, foi o fato de uma moça que estava sentada no banco junto comigo, afirmar que não entendeu que a forma como o motorista estava falando sobre os Idosos e o modo como os trata, tivesse sido discriminatória e que achava que tanto o motorista quanto as Empresas de ônibus estavam corretos em agir assim, porque precisavam "ter lucro".

Aí eu nem discuti, pedi para parar o ônibus no ponto que fica na altura das Mercês e completei o meu trajeto a pé. Acho que assim ganhei mais: fiz um pouco de exercício físico e não me aborreci.