domingo, 17 de janeiro de 2010

Morro de São Paulo


Pois é...

Um fim-de-semana (5ª a domingo) em Morro de São Paulo é tudo o que um mortal precisa para recarregar as baterias e agradecer a Deus pela vida e pela oportunidade de ver tanta beleza natural de uma vez.

A Pousada Mareia (de Mar e Areia) é excelente: fica na única rua após a praça perto do restaurante Alecrim de propriedade dos simpáticos André e Aurelia.

A única rua é uma ferveção. Um sobe e desce de pessoas e de "Táxis" que em Morro (
que é como carinhosamente as pessoas dizem) não é veículo, mas carrinhos de mão que servem para transportar tudo: compras, alimentos, malas dos turistas que vem e que vão e até os próprios quando não possuem joelhos fortes o suficiente ou tem a pressão arterial muito alta para encarar as ladeiras.

Tudo muito simples e rústico, mas nada mais saudável. A minha rinite desapareceu como por encanto, bastou para isto encher os pulmões de ar puro e subir e descer as ladeiras de Morro.

Ô coisa boa sentar na porta da igreja e ficar só curtindo a brisa que vem do mar; ir `as praias tomar banho de água morna; comer pastel frito na hora; tomar suco de frutas naturais; pegar um barco e ir passear na costa de Morro, mergulhar para ver os corais a 1 metro de profundidade, tomar banho de argila, ir no banco de areia no meio do mar, ir na praia de "mar alto" em Valença e comer uma moqueca de peixe fresco na Gamboa, saboreando de sobremesa um delicioso doce de caju.

O passeio a Boipeba? Ficou para outra vez, minha amiga Marisa se resfriou e achamos melhor segurar a onda um pouco para não agravar o seu estado.

Quem se divertiu mesmo foi o Victor - neto da Marisa- o garoto simplesmente não parava o dia todo, quando não era no mar, era na piscina da pousada e à noite "apagava" tal era o cansaço para recarregava as baterias a fim de curtir em plenitude o dia seguinte.

Vou transcrever aqui um pouco da história de Morro (é claro que eu pesquisei antes de ir lá para não pagar mico):

É uma ilha que fica no Oceano Atlântico - em mares baianos- a vila foi fundada em 1535, com uma fortaleza para resistir às invasões holandesa e teve muita importância estratégica na defesa das nossas riquezas e soberania.

Foi em frente à ilha que os submarinos alemães torpedearam navios mercantes brasileiros fazendo o Brasil entrar na II Guerra Mundial.

Quando a gente chega em Morro não tem um "Porto", tem um trapiche com um toldo de lona onde a gente pode ler os votos de boas vindas em diversas línguas e são as diversas línguas que se ouve na praça e na rua o dia e a noite toda. Ali fala-se o português, o inglês, o francês, o espanhor, o alemão, etc, etc ...

Logo na entrada, após o "trapiche" se vê o "Portaló" - não é o hotel que tomou o nome emprestado, mas o portal de mais de 400 anos, construído ,como dito antes, por causa das invasões halandesas.

Subindo a primeira ladeira chega-se à praça e vê-se à direita a igreja de Nossa Senhora da Luz que, segundo a lenda, foi quem fez os holadeses acreditarem que lá tinha um grande exército e desistiu de invadir a ilha.

No interior da igreja, que está quase desabando por falta de manutenção, os altares tem decoração ao estilo português com pintura no teto e apliques em ouro nos pórticos de contorno. Na parede do lado direito tem um enorme "out door" de merchandising do Governo do Estado da Bahia dizendo que está restaurando a igreja e na coluna de entrada tem uma texto em português e em inglês solicitando doações dos visitantes para restaurar o templo pois que a igreja não conta com nenhuma "ajuda oficial" - eis aí uma contradição para se apurar quem está dizendo a verdade...

No piso da Igreja tem vários "jazigos"e pessoas ilustres que foram ali enterradas. Fotografei todos para a minha coleção, embora alguns estejam já quase ilegíveis.

Saindo da igreja chega-se à praça onde à noite tem feira de artesanato e aí desce-se a rua sem preocupações porque alí não transita carros. Para não dizer que não vi veículos na ilha, vi uma ambulância, mas fiquei matutando onde ela circularia se só tem esta rua estreita e a praça, o resto é praia e o acesso a elas, desde a primeira praia é também por uma ladeira estreita e onde não tem condição de passar nenhum veículo por menor que seja.

Mais que isto, vi de manhã bem cedinho um trator recolhendo o lixo e barcos e mais barcos aportados perto das praias e homens entrando mar adentro com água no peito para descarregar "na cabeça" as mercadorias que vão suprir os bares, restaurantes, hoteis, pousadas, mercados, lojas, farmácias, enfim todo o comércio dada a dificuldade de abastecimento. Tudo vem de Salvador e de Valença.

Acabando de descer a ladeira começam as praias: Primeira Praia, Segunda Praia... Quinta Praia que também é chamada de Praia do Encanto. Voltando a partir do Trapiche a gente chega na praia da Gamboa, mas só de barco.

Tem mais 02 povoados: Galeão e Canaveira, que não visitei, o gerente da pousada foi que informou. Dá para perceber que o "miolo" da ilha ainda está desabitado e tem uma linda Mata Atlântica, que Deus ajude que não derrubem para constuir hoteis, pousadas, etc...

Outras coisas interessantes de Morro que pesquisei:

- Fonte Grande: foi o mais avançado sistema de tratamento de água do Brasil colonial;

- Que o Farol de Morro guia os navegantes desde 1855;

- Que o Casarão construído em 1608 abrigou D. Pedro I e a Marquesa de Santos

Finalmente, registro o Pôr-de-Sol de Morro que é mais bonito do que o que se vê da varanda do meu apartamento na Vitória. Só me faltou ver os Golfinhos que dizem que fazem a festa nos finais de tarde. Mas acho que só no mês de agosto, agora em janeiro seria muita sorte vê-los.

Morro e seus encantos com fé em Deus voltarei lá um dia.



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